Messi disse que, não fosse o seu filho Thiago, talvez enlouquecesse com o futebol. Salvio sente-se mais maduro com a paternidade e também Carlos Eduardo agora faz tudo a pensar na pequenina Isabella. Ser pai influencia a maneira dos jogadores viverem o futebol e as derrotas passam a ser mais fáceis de gerir. Basta um sorriso ao chegar a casa.
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"Primeiro está ele e depois tudo o resto", assumiu Lionel Messi, numa recente entrevista ao site do FC Barcelona, explicando o quanto a sua vida mudou quando, há pouco mais de dois anos, nasceu o seu filho Thiago. "Antes se perdia um jogo ou falhava, não falava com ninguém durante três ou quatro dias, até me passar a loucura. Agora, chego a casa, vejo o meu filho e passa-me tudo. A raiva continua lá dentro, mas ao vê-lo tudo se altera. Ter sido pai ajudou-me a crescer. Ajudou-me a não enlouquecer com o futebol e a pensar que há outras coisa na vida também", defendeu o avançado.
Salvio, que recentemente andava de garrafa de champanhe na mão a comemorar mais um título nacional pelo Benfica, tem o mesmo sentimento do compatriota, conforme disse em declarações exclusiva à J. "A minha vida mudou completamente desde que nasceu o meu filho Valentino em janeiro de 2012. Sinto-me muito mais maduro e tudo o que faço é para ele e por ele. Com o nascimento da Chloe a responsabilidade ainda é maior e a felicidade é a dobrar", afirmou o extremo argentino, referindo-se à bebé nascida há três meses em Madrid.
Tal como Toto Salvio, Carlos Eduardo, jogador do FC Porto que esteve emprestado ao Nice até final da época, também diz ter adquirido novas perspetivas de vida, com o nascimento de Isabella há um ano e oito meses. "A preocupação de um filho com a família é um pouco diferente da preocupação dos pais pelos filhos. Hoje sou pai e reconheço que penso mais na minha família. Antes eu não tinha essa preocupação tão presente como agora. Tudo que faço é com a minha filha e a minha família em mente", explicou o médio brasileiro, desde França, à J.
A maneira de estar no futebol, Carlos Eduardo garante ser a mesma, ainda que com maior sentido de responsabilidade e uma perspetiva diferente sobre as derrotas "Agora tenho um ser pequenino para cuidar. Outra das pequenas coisas que mudou foi que nunca digeri muito bem as derrotas ou as más exibições. Quando isso acontecia, ficava em casa. Não metia um pé na rua. Hoje, chego a casa, pego na minha filha e vou brincar com ela ao parque ou à praia. As prioridades mudam um bocadinho e brincar com a minha filha sobrepõe-se ao mau-humor resultante de um mau resultado."
"Agora saio dos treinos a correr para casa, para fazer a sesta com a minha filha. Adoro!", confessou ainda o jogador cedido pelo FC Porto, defendendo ter ganho com Isabella "a torcedora número 1" nos jogos. "Chegar a casa depois do treino e ser recebido com muitos beijos e sorrisos é das coisas mais importantes e reconfortantes", acrescentou o médio, casado com Danielly Alves.
Ainda sobre Salvio, o camisola 18 benfiquista recusa não ter mudado a sua forma de treinar ou jogar com a paternidade, porque - conforme referiu - sempre se dedicou a 100%. "A diferença é que posso partilhar todas as coisas boas com os meus filhos e com a minha mulher, que é uma mãe espetacular", sublinha Toto, sobre Magali Aravena destacando que o mais importante é ver os filhos "crescer no dia-a-dia e partilhar com eles todos os momentos, por mais pequenos que possam parecer" E não há nada melhor do que chegar a casa e vê-los sorrir", assegurou à J.
Como Salvio, Carlos Eduardo ou Messi, que se prepara para ser pai novamente, depois de ter confirmado há pouco mais de um mês a gravidez da sua companheira de longa data Antonella Roccuzzo, outros jogadores têm visto a sua carreira mudar com a paternidade. Tornam-se mais responsáveis, flexíveis, mas também mais equilibrados mentalmente. E menos amuados, no caso dos génios mais temperamentais.
Em setembro último, quando o filho Santiago estava a completar três meses de idade, Adrien Silva, do Sporting, publicou uma foto na sua conta de Instagram, deitado na cama ao lado do bebé e da sua mulher Margarida Neuparth, com a legenda: "A minha instabilidade". "Ser pai era um dos maiores sonhos da minha vida, por isso, ver o Santiago pela primeira vez foi um sonho tornado realidade", declarou o internacional português que, confessou, gostava de vir a ter um total de cinco filhos.