Ingrid lembra aquela noite nos Jogos Olímpicos de 2016: "Fui crucificada porque faço sexo"
Nadadora olímpica ficou conhecida quando se tornou público o facto de ter mantido relações sexuais com outro atleta durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
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Ingrid Oliveira é uma atleta olímpica dos Saltos Ornamentais, mas não é por isso que é reconhecida internacionalmente. A brasileira, de 22 anos, saltou para a ribalta por outros motivos em 2016, numa altura em que se descobriu que tinha mantido relações sexuais com outro atleta, Pedro Gonçalves, durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.
Quase três anos depois, Ingrid resolveu vir a público contar o seu lado da história, confessando que ainda se sente injustiçada. "Eu fui detonada pelo mundo inteiro. Eu fui assediada. Recebi pornografia. Recebi propostas para fazer um programa sexual, não de televisão. Eu perdi trabalhos. Fui atacada por jornais do mundo inteiro. Na Wikipedia, eu fui definida como a 'menina que fez salto com vara'. Criaram uma história e repostaram, repostaram e repostaram. Colocaram rótulos, espalharam mentiras, escreveram histórias que não vivi. Tudo porque eu sou uma mulher que faz sexo", atirou, em declarações ao UOL Esporte.
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Ingrid admite que manteve relações sexuais com o atleta da Canoagem em 2016, mas admitiu que o seu caso é um de muitos e que só foi julgada porque a relação entre os dois veio a público, ao contrário do normal.
"A única verdade é que eu levei o Pedro para o meu quarto. Mas não foi na véspera da minha competição, nem da competição dele. Ele não passou a noite comigo. Eu não expulsei ninguém do quarto. Colocaram de uma forma que pareço uma desmiolada. As pessoas não sabem, mas nas Olimpíadas isso é normal. Vocês devem ter visto o número de preservativos que eles distribuíram na Vila. Tinha no refeitório e em todos os lugares. Era para quê? Para fazer balão?", questionou.
A atleta recordou também o momento em que soube que a notícia estava prestes a tornar-se pública. "Nesse dia, eu chorei o treino todo, não conseguia fazer nada. Chegava ao treino, chorava. A minha treinadora mandava-me concentrar. Fiz a série toda e nem me lembro como. Só chorava e pensava nisso. À noite, a minha sensação era de que eu tinha perdido toda a água do corpo. Devo ter perdido 15 litros em lágrimas", referiu.
Agora, a nadadora olímpica já sonha com Tóquio"2020. "Eu sonho com uma medalha olímpica. Eu gostaria do ouro, mas tenho os pés no chão", concluiu.