Conor McGregor julgado por alegada violação de uma mulher: "Vão ver fotos das mãos e dos pulsos, que ficaram pretos, azulados"
Segundo o testemunho apresentado, McGregor conheceu Ni Laimhin e uma amiga numa festa na qual ambas as mulheres terão consumido álcool e cocaína e, no caso de Ni Laimhin, havia ainda medicamentos antidepressivos envolvidos.
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Conor McGregor está a ser julgado por alegada violação de uma mulher em Dublin, ocorrida em 2018. A acusação afirma que lutador, acompanhado de um amigo, terão agredido sexualmente Nikita Ni Laimhin. A cabeleireira de Dublin reclama uma indemnização por danos físicos e psicológicos.
A queixosa conhecia McGregor: são da mesma faixa etária, da mesma zona e tinham amigos em comum. Em 2018, a mulher vivia no subúrbio de Drimnagh, em Dublin, com o companheiro e a filha de sete anos.
Durante a audiência, o juiz mencionou evidências que, segundo relatos da imprensa britânica, "de facto demonstram uma violação". A defesa alega, contudo, que a suposta vítima está apenas a tentar extorquir McGregor, aproveitando a sua notoriedade. Ni Laimhin, que perdeu o direito ao anonimato no decurso do processo, relatou ao tribunal os detalhes do episódio que ocorreu após uma festa de Natal, a 8 de dezembro de 2018.
Segundo o testemunho apresentado, McGregor conheceu Ni Laimhin e uma amiga numa festa na qual ambas as mulheres terão consumido álcool e cocaína e, no caso de Ni Laimhin, havia ainda medicamentos antidepressivos envolvidos. Mais tarde naquela noite, McGregor contactou-a e foi ao seu encontro, acompanhado por um amigo, James Lawrence. Em seguida, os quatro dirigiram-se à penthouse de um hotel em Dublin, onde o ambiente de festa evoluiu para uma situação de violência, conforme relatado.
No tribunal, o advogado de defesa, John Gordon, apresentou um testemunho detalhado sobre o sucedido. Segundo a descrição, McGregor teria prendido Ni Laimhin à cama contra a sua vontade. A defesa alega que a mulher tentou resistir, ficando com marcas de lesões nos pulsos e no peito, resultantes da tentativa de se defender.
"Ela vai dizer-vos que estava nervosa, que tentou empurrá-lo de cima dela, mas que não conseguiu. Vocês vão ver fotos das mãos e dos pulsos, que ficaram pretos, azulados. Vão ver que o peito esquerdo tem um arranhão com sangue porque ela estava a usar um relógio e recorreu às mãos para se proteger. Foi pressionada para baixo e o relógio arranhou-a", explicou o advogado.
A acusação detalhou ainda um momento em que McGregor teria proferido comentários ameaçadores, referindo-se às suas experiências no octógono. Para além do alegado ataque, a mulher declarou que também teve uma interação sexual com Lawrence, mas que não se recorda claramente do sucedido.
O senhor McGregor depois virou-a e prendeu-lhe o braço, puxando-a pelo pescoço. Ela não conseguia respirar. E voltou a fazê-lo. À terceira vez que fez isto, ela desistiu. Já não conseguia resistir. No decorrer de tudo isto ele ainda disse: 'agora já sabes como foi estar no octógono quando caí três vezes.' Neste ponto ela estava completamente aterrorizada, subjugou-se ao que podia acontecer, que foi um ataque violento e cruel", concluiu.