
Alamy
Sporting investe 53,6M€ em reforços para lutar pelo bicampeonato, com novos talentos para competir em todas as frentes e voltar a marcar a história do clube.
Corpo do artigo
Sporting investiu para fazer história
A meta do Sporting é marcar a história e voltar a alcançar o bicampeonato, algo que não acontece para os lados de Alvalade desde 1952/53, ou seja, há mais de 70 anos!
O mercado do Sporting procurou dar mais profundidade ao plantel de Rúben Amorim e dar mais argumentos aos leões e capacidade de rotação com novas opções, sem afetar em demasia o nível de jogo que se pretende para manter a competitividade e conquistar títulos. Com uma longa temporada pela frente e várias frentes para dar respostas (Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Champions), o Sporting também gastou 53,6 milhões em reforços para suprir as saídas de jogadores importantes na última conquista do título, como Coates, Paulinho, Adán e Neto. O rendimento de cada reforço, ao longo da temporada, dirá se os novos jogadores estiveram pelo menos ao nível dos que saíram, ou superaram as expectativas.
A contratação de Harder surgiu em cima do fecho do mercado depois da novela Ioannidis, que se arrastou. O dinamarquês chegou para ser a “sombra” de Gyokeres e será muito útil para gerir todo o desgaste competitivo do goleador sueco ao longo da época. Para trás ficou uma pressão enorme junto do Panathinaikos para abrir mão do seu ponta-de-lança, mas os gregos acabaram por não ceder às propostas leoninas, apesar dos 25 milhões de euros colocados em cima da mesa nos últimos dias. Ioannidis era apontado com uma opção mais ao nível daquilo que o Sporting pretendia e com capacidade para ser mais do que a “sombra” de Gyokeres, mas não conseguiu concretizar o plano.
Vítor Roque foi uma opção para o Sporting que chegou a ser cogitada, mas os leões também não conseguiram convencer o jogador do Barcelona, que preferiu o Bétis a apostar em dar seguimento à carreira em Alvalade. Conrad Harder surge como o plano C, ou a resposta possível aos dois primeiros tiros ao lado, ainda que aqui os leões também tenham aproveitado para fazer um investimento de futuro, a confirmar-se tudo aquilo que de bom levou o departamento de Scouting do clube a apontar o dinamarquês como alternativa credível para a posição de ponta-de-lança.
Os 19 milhões de euros pagos ao Nordsjaelland pelo avançado ainda podem chegar aos 22, conforme os objetivos alcançados, com a certeza de que será um jogador com vida difícil se a cadência goleadora de Gyokeres se mantiver. Para já são 19 milhões por um suplente, a menos que as suas qualidades sejam de tal ordem, que levem Rúben Amorim a mudar o seu sistema para o integrar. No limite, Rúben Amorim está prevenido para uma eventual lesão do internacional sueco.
Entre as últimas referências deixadas em campo, o internacional dinamarquês Sub-19 defrontou Portugal em março último e ajudou os nórdicos a derrotar a seleção das Quinas (2-0), afastando-a do Campeonato da Europa da categoria. O balanço da época de estreia de Harder nos seniores do Nordsjaelland faz-se com sete golos e uma assistência em 32 jogos, em 2023/24.
Em termos de avaliação das novas opções ainda será cedo para juízos de valor, embora se tenha percebido na Supertaça que a entrada de Debast teve de ser repensada, depois da infelicidade do internacional belga, que “serviu” Galeno para um golo que contribuiu para que o FC Porto desse a volta ao resultado e levantasse o troféu. O assunto tem sido gerido com pinças por Rúben Amorim, que ainda está muito a tempo de encontrar ali uma opção que faça esquecer Luís Neto e, sobretudo, Coates, que dispensa adjetivos por tudo aquilo que deu e representou no Sporting nos últimos anos. Para já, o treinador ajudou-o a exorcizar o fantasma Galeno, colocando-o na segunda parte do clássico do lado direito da defesa para ajudar a segurar o extremo dos dragões.
Continuando na defesa, a chegada de Maxi Araújo traz concorrência a Nuno Santos, do lado esquerdo do setor, ainda que a opção por um sistema com três centrais tenha permitido a Rúben Amorim recorrer a alternativas, como Geny Catamo, que tem dado conta da ala esquerda toda. De qualquer forma, com o uruguaio oriundo do Toluca, para onde se transferiu Paulinho, o treinador do Sporting ganha outras possibilidades táticas e outra consistência para alterar o sistema de jogo quando precisar.
Por último, Kovacevic tem vindo a corresponder na baliza, com algumas defesas seguras que vão ajudando a construir uma reputação e fazer esquecer Adán. O potencial está lá e não será uma ou outra reposição de bola menos conseguida que afetará, para já, qualquer juízo de valor.
Mas ainda entre os reforços, neste caso caseiro, Geovany Quenda tem sido uma agradável surpresa, ganhou o lugar na ala direita, sentando até Marcus Edwards, e tem sido apontado como mais um excelente produto da cantera sportinguista, perita em lançar jogadores brilhantes. O arranque tem sido perfeito, brilhou com intensidade na Supertaça e já foi recompensado com a chamada de Roberto Martínez, que conta com ele para a dupla jornada da seleção portuguesa na Liga das Nações.
Dito isto, o melhor onze do Sporting não deverá andar muito longe daquele que Rúben Amorim apresentou recentemente no clássico com o FC Porto, com Kovacevic; Eduardo Quaresma, Diomande, Gonçalo Inácio; Geovany Quenda, Morita, Hjulmand e Geny Catamo; Trincão, Pote e Gyokeres, num sistema em 3x4x3. Com a chegada de reforços, este onze ganha assim mais opções, não só para refrescar as suas unidades em campo, como para introduzir nuances diferentes, ou alterar o sistema quando necessário.
Estes argumentos servem para sustentar as projeções das casas de apostas, que fazem do Sporting um dos principais, senão o principal, candidato a um bicampeonato que já não se festeja desde 1952/53…