O MISA Moçambique, organização de defesa do jornalismo, apelou hoje ao Governo para que volte atrás na escolha de Armando Inroga para dirigir a televisão pública do país, por ser um antigo ministro, sem experiência na área da comunicação.
O MISA pede ao executivo "que revogue essa nomeação", considerando grave a nomeação de "um político" para o cargo, num ano de eleições autárquicas e antes das eleições gerais de 2019.
A instituição entende que o Governo está "a emitir um sinal" sobre como devem atuar os órgãos do setor público e está também "a minar todo o esforço de democratização" na área.
O Conselho de Ministros moçambicano aprovou na terça-feira a nomeação de Armando Inroga, antigo ministro da Indústria e Comércio, como presidente do Conselho de Administração da Televisão de Moçambique (TVM), lugar até agora ocupado por Jaime Cuambe, ex-subchefe de redação do diário estatal Notícias.
"A nomeação de um político, sem nenhum histórico na comunicação social, constitui um rude golpe e revês na ambição do país de caminhar rumo à plena liberdade de imprensa e de expressão, sobretudo rumo à independência e imparcialidade dos órgãos de comunicação do setor público", acrescentou o MISA.
Por outro lado, o organismo contesta o facto de a nomeação "não ter sido antecedida por uma consulta ao Conselho Superior de Comunicação Social, conforme determina a Constituição", concluiu.