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Red Bull Air Race: fim de semana de adrenalina sobre o Douro

Rui Oliveira/Global Imagens

O fascínio pelos aviões e acrobacias, um sonho de menino vivido com os pés no chão e os olhos no céu - eis duas das principais razões que levam milhares de pessoas a acompanhar a edição portuguesa da RBAR.

Não vai haver ninguém indiferente àquilo que hoje e amanhã se passar por cima das águas do rio Douro, entre as pontes da Arrábida e Luiz I. É o regresso da Red Bull Air Race ao Porto/Gaia, ou seja, a quarta edição, após 2007, 2008 e 2009, num enquadramento único e com milhares de espectadores. Mas o que leva tanta gente a gostar desta competição ou, para alguns, deste autêntico festival de habilidades aéreas a todo o gás (acima dos 350 km/h)? O JOGO esteve ontem no "aeroporto" instalado no Parque da Cidade, onde cada piloto conviveu, no respetivo hangar, com quem ia formando 23 filas, relativas ao número de pilotos que participam nas provas Master Class (14) e Challenger Class (9). "Só é pena não estarem aqui também os aviões, para podermos pedir os autógrafos e tirar fotos com as máquinas ao fundo", lamentava um casal, vindo do outro lado da Circunvalação (Matosinhos).

Sem aviões, esta operação de charme pecou também por não cativar uma (esperada) maior quantidade de pessoas. Não será exagero dizer que quem lá esteve foi o verdadeiro apaixonado ou alguém por... "arrasto". Carlos Silva, de 19 anos, está a estudar Engenharia Eletrotécnica (ISEP) no Porto e responde de pronto ao motivo de ali estar: "Quero ser piloto e é algo que desejo desde criança. Existe uma licenciatura que me pode permitir entrar nesse mundo dos aviões." Curioso é o facto de Pedro Cidrais, um portuense de 16 anos, ter "medo das alturas", algo que não o impede, contudo, de "adorar a adrenalina saída destes aviões". Já o pai, Rui, diz que desde sempre gostou de "desportos radicais" e que no primeiro ano dos aviões no Porto/Gaia "nem sequer [estranhou] ter esperado quatro horas para ver a corrida".

De Penafiel veio a família Ferreira. O pai, José, de 46 anos, destaca a "possibilidade única de assistir a um espetáculo que é difícil de ver noutros locais", fazendo questão de encerrar a conversa com uma reação bem nortenha: "É preciso tê-los no sítio para voarem desta maneira. Eu ficava branco!"