Em entrevista ao L'Équipe, Éder falou sobre a alegria imensa que representou vencer o Euro'2016, mas revelou-se frustrado com as atitudes dos adeptos franceses após o golo marcado na final de Paris.
Éder nunca vai esquecer a final do Euro'2016, na qual se tornou a figura do encontro e ofereceu o troféu a Portugal, com um golo no prolongamento. Em entrevista ao L'Équipe, o avançado do Lille e da Seleção Nacional recontou a experiência vivida no Stade de France, a 10 de julho do ano passado, mas revelou também alguns dissabores causados por esse triunfo histórico.
"Já tinha dito ao treinador [Fernando Santos] que ia entrar e ia marcar, mas ele disse-me que isso não ia acontecer só porque tinha dito. Tinha de acreditar. E acreditei verdadeiramente, com muita força. Estava super concentrado. Antes dessa final nunca tinha dito a um treinador que ia marcar. O Ronaldo também já me tinha dito, que eu ia marcar quando entrasse", voltou a contar Éder, abrindo o jogo sobre o preço a pagar pelo remate que bateu Lloris.
"Desde o início da época que sinto que os árbitros me veem de maneira diferente. Há faltas sobre mim que são apitadas ao contrário... Não sei. Sinto que não sou tratado como os outros. Ao fim de um tempo, com os assobios, e os aplausos que surgem quando é assinalada uma falta contra mim começam a ter algum peso. E, apesar de estar preparado para isso, continuo a ser humano, como todos os outros", atirou o avançado do Lille, que se vê como um exemplo para os jogadores mais jovens:
"Não falo todos os dias do golo [da final do Euro], só às vezes. Há jovens que estão a começar a carreira e penso que é bom dar-lhes a conhecer a minha história. Para lhes mostrar que é possível. Que podemos seguir um caminho diferente", rematou Éder.