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Premier League ou Benfica? Hélder Costa não pensava duas vezes

Craig Brough/Action Images

Antes de o Benfica o "plantar" para florescer na segunda liga inglesa, no Wolverhampton, o extremo teve lições personalizadas no Mónaco para melhorar o foco, os cruzamentos e o jogo aéreo.

Virando etapas, fez toda a formação no Benfica, mas, enquanto sénior, cedido pela casa-mãe, Hélder Costa veste agora a terceira camisola diferente. Aos 22 anos, o extremo canhoto, que raramente se deixa entrevistar, sente-se capaz de "estar entre os melhores".

Corunha, Mónaco e agora Wolverhampton. Três clubes em três épocas, sempre por empréstimo do Benfica. A frequente mudança de ambiente cria-lhe incertezas?

-Tenho as coisas bem arrumadas na cabeça. Na minha idade é preciso jogar com regularidade. Sei que no Benfica, em virtude da qualidade das soluções para os flancos, não ia ter agora oportunidades para a sequência de que necessito. A melhor opção era mesmo continuar cedido, jogar com frequência para evoluir e, quem sabe, um dia poder voltar e fixar-me no Benfica.

Tem pelo menos a vantagem de já poder falar várias línguas...

-Sim, já falo espanhol, um bocado de francês, porque tive aulas, e agora também estou a ter de inglês. Eu e os outros colegas portugueses, o Ivan [Cavaleiro], o João [Teixeira] e o Sílvio. Parece ser um idioma mais fácil. Estamos a aprender e em breve vamos poder ter conversas fluentes. O clube disponibiliza o professor, que nos dá lições duas vezes por semana.

A estratégia é pensar época a época? Ou vê mais longe, com o Benfica em fundo?

-Para já, é época a época. Se não me afirmar aqui, de certeza que não terei hipóteses de um dia regressar ao Benfica. Tenho de jogar e fazer o melhor para conseguirmos os nossos objetivos. Falta muito tempo, a minha cabeça tem de estar 100 por cento no Wolves.

O Mónaco foi a anterior paragem. Que balanço faz da sua passagem por França? Convenceu-se que era lá que ia continuar?

-O balanço foi muito positivo. É verdade que o início não foi tão bom, porque tive o azar de sofrer uma lesão que me tirou da competição durante dois meses e tornou-se um bocado mais difícil. Quando recuperei, o míster Leonardo Jardim apostou em mim e deu-me oportunidade de jogar. Julgo que fiz uma época interessante, com presenças em muitos jogos e evoluí. Mas depois a continuação já não dependia de mim, estava nas mãos de outras pessoas. Não aconteceu. Mas o projeto que me apresentaram em Inglaterra foi muito interessante. O clube tem ótimas condições para me ajudar a crescer e decidi vir.

Leonardo Jardim foi um professor para si? Ensinou-lhe o quê?

-Aprendi muitas coisas. O trabalho que está a fazer prova que os jogadores evoluem nas mãos dele, e eu não fui exceção. Vinha de um ano de empréstimo ao Corunha onde não tinha jogado muito, e depois, numa equipa com objetivos muito mais ambiciosos, consegui fazer aquele número de jogos. O treinador, que tem muita qualidade, também teve dedo nisso. Ele insistia que eu tinha de estar mais concentrado no jogo, porque desaparecia nalguns momentos. Também me treinava os cruzamentos, aspeto importante para a minha posição, e o jogo aéreo. A concentração e o foco durante 90 minutos são importantes, porque um jogo pode resolver-se a qualquer momento, quando menos se espera, e temos de estar preparados para não falhar. Foi muito importante.

Se lhe dessem a escolher entre estar na Premier League ou no Benfica na próxima época...

-... Benfica, claro! Nem pensava duas vezes.

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