Opinião

A figura-chave do Portugal novo?

Arranjar substituto para Rui Jorge seria um grande problema. Por outro lado, substituir Fernando Santos talvez não

Desde 2011 terão passado, talvez, cem jogadores pela Seleção de sub-21, mas um só treinador. Rui Jorge é o único denominador comum no recorde europeu de cinco anos sem derrotas que a equipa, melhor dizendo, as várias equipas atingiram ontem com o registo adicional da maior goleada de sempre (7-1 ao Liechtenstein) conseguida fora do país. Os números que sobram não espantam menos. Nos 30 jogos feitos nesses cinco anos, os sub-21 chegaram aos 91 golos, ou seja, uma média sólida de três golos por jogo. E só 19 sofridos, correspondentes a um golo por cada cinco jogos. Estes são os factos, aqueles para os quais a opinião não é tida nem achada: bastaria a Rui Jorge puxar por eles para encerrar qualquer discussão que um eventual marciano pudesse levantar. Depois, há os pontos de vista e as análises. Na minha, o selecionador sub-21 também não pode ser estranho às várias promoções decisivas dos seus ex-jogadores à seleção principal. Nestes cinco anos, o futebol de formação começou a sentir os efeitos de mudanças executadas imediatamente antes, como o regresso das equipas B (com esteroides), o alargamento da fase final de juniores A ou a internacionalização destes últimos, com a Youth League da UEFA. Mas não era menos relevante que, para fazer render tudo isso, estivesse a personagem certa na posição-chave. Por menos palavras, Rui Jorge talvez seja a pessoa mais importante da nova vida do futebol português nesta fase. Ou, pelo menos, não gostaria de ser eu o encarregado de encontrar alguém capaz de o substituir. Já para substituir Fernando Santos, quando for altura, a solução seria mais do que óbvia.