Benfica

"Só quero jogar no Benfica!", exigiu Rafa

. MANUEL DE ALMEIDA

Como O JOGO antecipara, a vontade do jogador prevaleceu e foi validada por António Araújo, que, no fecho da mais longa novela de verão, teve de se entender com o Braga a respeito da intermediação

"Só quero jogar no Benfica!" - foi assim que Rafa acabou ontem com qualquer sombra de dúvida sobre o rumo da carreira, convencendo o seu empresário a ignorar a investida de última hora do Sporting - tinha condições financeiras para desviar o atacante para Alvalade e desenvolveu contactos nesse sentido. Ato contínuo, António Araújo teria de se entender com o Braga quanto à reclamada comissão de intermediação da transferência para a Luz (1,6 milhões de euros), diferendo esse que retardou em duas semanas a conclusão do negócio, arrastando a formalização do mesmo até ao derradeiro dia de mercado em Portugal. Mas ontem, quando seguiu para o Porto integrado na comitiva da Seleção, Rafa, com exames médicos feitos, já tinha selado o compromisso que o une às águias por cinco temporadas.

A novela mais longa do verão principiou ainda em maio, por altura da final da Taça de Portugal disputada por Braga e FC Porto no Estádio Nacional, motivou um estratégico desmentido dos encarnados antes de o internacional luso seguir com a Seleção para o Europeu que haveria de conquistar em França e terminou da forma que O JOGO antecipara: a vontade de Rafa seria determinante e prevaleceria sempre em qualquer circunstância. Perante isto, o seu agente, António Araújo, cederia de alguma forma e trataria de validar o destino escolhido. E foi exatamente o que sucedeu, pese o interesse revelado pelo Sporting em adicionar o atacante ao elenco treinado por Jorge Jesus. Este, aliás, segundo relataram a O JOGO, terá mesmo tentado um contacto direto com o atleta, por telefone, com o intuito de o influenciar a alterar a decisão, mas sem sucesso: Rafa quis reforçar a equipa dirigida por Rui Vitória.

Depois de Braga e Benfica terem acertado todos os detalhes da transação, com o tricampeão português a pagar 16 milhões de euros por 90 por cento do passe - e ainda 1,6 milhões de euros pela parcela que era detida pela Onsoccer, de António Araújo -, o desejo de Rafa, que aceitou um salário anual de 2,5 milhões de euros brutos, haveria de ser fulcral no desenlace, que só ao fim da noite de ontem seria oficializado.

João Sanches