Santíssima ou santinha?
A integração de Octávio Machado na entourage do Sporting, como terceiro vértice do triângulo da superestrutura, faz antever um clube, uma equipa e um discurso de sangue quente. Será interessante ver como lidam consigo próprios, com os adversários, com o público em geral e, sobretudo, uns com os outros Bruno de Carvalho, Jesus e Octávio. Eu só vejo dois caminhos possíveis: ou não encontram uma linguagem, e nesse caso Manuel Fernandes vai ter muito trabalho de diplomacia a fazer; ou se tornam amigos, o que talvez adie os conflitos (apesar de tudo, se é que eu percebo alguma coisa da natureza humana, inevitáveis). Há um terceiro caminho, claro, mas esse não é possível. É apenas ideal: Bruno e Octávio perceberem que é - e que deve ser - o treinador a mandar. Os caminhos ideais não servem para nada a não ser para, no fim, percebermos o que devíamos ter feito e não fizemos.
FUTEBOL & CULTURA
Enfim, irmãos
A trasladação de Eusébio para o Panteão Nacional é ao mesmo tempo precoce e justa. E, mais do que honrar um dos melhores futebolistas portugueses de sempre, símbolo de sucessivas gerações e ícone derradeiro do imperialismo em que assentou grande parte da nossa História, vem consagrar o futebol como um agente da cultura. Nada mais acertado. A cultura é um exercício sobre a identidade. Que outro campo da sociedade contribuiu mais, nas últimas décadas, para a consolidação da identidade nacional?