Opinião

Uma Taça da Liga ganha por "eles"

Nuno Espírito Santo chegou a vencer na tática, mas com este Benfica não basta ser melhor que Jesus

Acredite Jorge Jesus em fantasmas ou não, eles bailaram ontem pelo Municipal de Leiria, até ao golo de Rodrigo (41') os recambiar para o túmulo. A História é escrita pelos vencedores, o que fica são os resultados, etc., mas o Rio Ave manteve o Benfica desorientado durante quase metade do jogo, com uma sequência de contra-ataques exemplares, muito bem coordenados e, conforme prometera Nuno Espírito Santo, apontados aos pontos fracos do Benfica.

Nessa fase, para sempre obliterada, pressentiu-se cansaço e perda de andamento, sobretudo no meio-campo, por onde Tarantini e Rúben Ribeiro faziam gincanas fáceis a cada perda de bola. No fim, pesaram os factos. A máquina pode emperrar, a tática pode ser batida, mas a qualidade dos jogadores nunca desaparece na totalidade. Aqui, bastaram dois: Garay numa ponta e Rodrigo na outra; um chegando sempre a tempo de matar o último ato do drama planeado pelo Rio Ave, o outro marcando um golo em duas tentativas.

Se Jorge Jesus deve, ou não, apontar constantemente para si próprio e para o trabalho que faz é uma questão para os senhores da etiqueta; que ele trabalha bem, só um crápula ou um demente podem questionar. Mas jogos como o de ontem, e foram alguns esta época, o Benfica ganhou-os, única e exclusivamente, por ter jogadores de elite.