A recuperação do Vitória de Guimarães na tabela classificativa continua em ritmo de marcha forçada. Depois dos triunfos sobre Rio Ave e Paços de Ferreira nas duas anteriores jornadas, os vimaranenses mantiveram o andamento vivo e bateram o Vitória de Setúbal por 3-0, mas tiveram de sofrer bastante para chegar à vantagem e continuar na luta pelos lugares europeus.
Rui Vitória apresentou um onze em que Barrientos foi a grande novidade, jogando no lugar habitualmente ocupado por Nuno Assis no vértice mais adiantado do losango do meio-campo, passando o camisola 10 a actuar como médio-interior-direito. A verdade é que a inovação terá sido mais prejudicial do que benéfica: a criatividade de Assis perdeu-se no meio-campo e dos pés de Barrientos poucos lances de perigo alimentaram Toscano e Edgar, as duas unidades mais adiantadas. Face ao posicionamento do Vitória de Setúbal, que lhe soube roubar o espaço entre linhas, o Vitória de Guimarães começou a emperrar, circulando a bola em busca de um buraco para romper. A missão revelou-se quase impossível, quer pela falta de criatividade do seu meio-campo quer pelo empenho do miolo adversário, reforçado com a experiência de Hugo Leal, Bruno Amaro, Neca e José Pedro. Depois, já se sabe, os adversários do Vitória de Guimarães também não se esquecem de aproveitar o descontentamento dos adeptos da casa e de capitalizar os assobios com que os jogadores são brindados a cada passe mal medido. Até chegarem ao golo, o D. Afonso Henriques está longe de ser um lar, doce lar para os comandados de Rui Vitória...
Até aos 53', o V. Setúbal foi jogando de igual para igual, criando um par de lances perigosos e enredando os vimaranenses na sua teia do meio-campo. No segundo tempo, Toscano abriu o livro e inaugurou o marcador, que ameaçava permanecer intocável. Dois minutos depois, a expulsão de Ney precipitou a derrocada dos sadinos. Contra dez e em vantagem, o V. Guimarães cresceu e começou a ver os espaços que lhe tinham faltado. O 2-0 chegou de grande penalidade e com o bónus de nova expulsão - Ricardo Silva -, traçando o destino do Setúbal. A partir daqui, Diego foi a figura com um punhado de defesas, já que os minhotos carregaram sem dó nem piedade, conseguindo novo golo e estabelecendo o resultado final em mais um lance finalizado - novamente de cabeça - pelo inspiradíssimo Toscano.
Graças a este triunfo, o V. Guimarães colocou-se a seis pontos do Braga, a última equipa da tabela em lugares europeus, e cavou para cinco pontos a vantagem sobre a linha de água. O horizonte dos vimaranenses está mais azul e isso, claro está, costuma fazer maravilhas pelo ego.