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Invencibilidade rompe fronteiras

Os 41 jogos sem perder do Arsenal na Premiership, entre 2003 e 2004, são um registo já distante na actual caminhada do FC Porto e que nos obriga a romper para Leste na procura de invencíveis que superem a série que Vítor Pereira divide com Villas-Boas e Jesualdo Ferreira.

São 20 meses sem conhecer o sabor da derrota e que deixam os dragões a sete jornadas de um recorde absoluto a nível interno. É um ciclo exigente, sobretudo pela deslocação a Alvalade, mas que até compreende quatro jogos caseiros e deixa totalmente em aberto a concretização de um novo marco na história dos nossos campeonatos.

No novo século é preciso ir às provas mais remotas do futebol europeu para encontrar melhores marcas, o que confirma um outro dado: nos campeonatos de topo, não há quem se aproxime da actual marca dos portistas.

Só em ligas da antiga União Soviética é que se encontram registos que superam a meia centena de encontros sem derrotas. O campeão é o FC Sheriff, da Moldávia, que esteve 63 jogos invicto entre 2005 e 2008, o que acaba por ser um feito notável até para uma equipa que gozou de uma hegemonia interna de dez anos só interrompida na época passada.

Naturalmente, também Levadia Tallinn (Estónia) e Pyunik (Arménia) são reis em campeonatos completamente periféricos, num ranking de onde sobressaem unicamente os 55 jogos sem perder do Shakhtar Donetsk na Ucrânia, entre 2000 e 2002.

Vítor Pereira denotou algum desprezo pelos números, mas a barreira da invencibilidade é algo de que o plantel se orgulha e que defende, apontando ao tal recorde dos Campeonatos Nacionais. Romper fronteiras será um bónus para uma equipa que nem nos momentos mais críticos cede na Liga.