O espanhol Kiko Galván foi despedido pela Kern Pharma após ser divulgado um vídeo em que aparece a fazer manobras perigosas na estrada. Diz-se triste e envergonhado, não por deixar o ciclismo, mas por ter dececionado as pessoas que lhe são próximas
O ciclista Kiko Galván foi despedido pela Kern Pharma após ser divulgado nas redes sociais, em outubro, um vídeo em que aparecia a fazer manobras perigosas num estrada na Cataluha, saltando o separado central e colocando-se em contra mão. Esta quarta-feira, atravé das redes sociais, anunciou a decisão de deixar o ciclismo e abru o coração, dizendo-se envergonhado pelo ato que protagonizou.
"Nunca pensei que tanta gente visse ciclismo. Sempre pensei que seríamos apenas uns quatro loucos. Este ano tive de vender o meu carro depois de me despedirem da equipa. Saí do concessionário e fui para casa a caminhar. Aí entendi o quão rápido as coisas podem mudar. Desde então, treino de negro. Não por estética, mas porque é como me sinto. E, mesmo assim, as pessoas reconhecem-me, abordam-me e perguntam-me. E eu sorrio, mas por dentro tenho vergonha. Vergonha de ter falhado. De dececionar os meus pais. As minhas pessoas. A minha namorada, que foi a única a amparar-me quando tudo caiu. Não escrevo isto para justificar nada. Errei. Um erro tem consequências e estou a pagá-las. Peço perdão a quem se sentiu afetado. Deixar a bicicleta não me dói. Vivi o ciclismo como quis: ao máximo, com o coração, sem meias medidas. O que dói é sentir que dececionei os meus. Isso é o mais duro. Hoje não me despeço. Mas apenas paro. Respiro. E sigo em frente como conseguir, mas com os pés no chão. Porque nem sempre a vida te deixa escolher o caminho, mas deixa-te, sim, escolher como o percorres", escreveu o espanhol.
Kiko Galván disputou a Volta ao Alentejo, em 2021, e o Troféu Joaquim Agostinho, em 2023 e 2024. Conta uma participação na Volta a Espanha, em 2022.