Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo está a ser alvo de inquérito por parte da Procuradoria-Geral da República. Terá vendido ficticiamente a StrongSpeed à companheira no dia entre vencer as eleições e tomar posse
Cândido Barbosa, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) está a ser investigado pelo Ministério Público por suposta venda fictícia à companheira da StrongSpeed, empresa que fundou em 2018 e dirigiu até 17 de novembro de 2024, precisamente o dia entre vencer as eleições e a tomada de posse.
Segundo uma investigação do Expresso, Soraia Pinto que, segundo informações prestadas pela FPC, "vive, mas não é casada" com o antigo ciclista, renunciou ao cargo no dia 31 de janeiro de 2025. Nesta altura, a empresa estava sediada em Paredes, mas desde que é gerida por Rogério Freitas, antigo funcionário de Cândido Barbosa, a sede está agora em Oliveira de Frades, Viseu.
Segundo o mesmo jornal, o ex-ciclista terá contratado a empresa, que se dedica à montagem de estruturas para corridas, para prestar diversos serviços à federação em 2025. As mudanças de sede e alegada influência de Cândido Barbosa estão no cerne da investigação já confirmada pela Procuradoria-Geral da República. Foi também feita uma queixa ao Comité Olímpico de Portugal (COP) que, apesar de não ter competências de fiscalização e auditoria, reencaminhou o caso para o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
Em março, questionado pelo Expresso sobre o tema, Cândido Barbosa declarou estar de "consciência tranquila" e a ser alvo de uma "perseguição" movida por "vingança e azedume", rejeitando, por isso, ter qualquer influência sobre a StrongSpeed. Acrescentou ainda que não tem obrigação de dissolver e empresa, nem nunca afirmou que o faria.