A polícia australiana considerou um "ato terrorista" contra a comunidade judaica o ataque com tiros na praia de Bondi, Sydney, que causou pelo menos 12 mortos
Segundo vários media, pelo menos 12 pessoas foram mortas, incluindo um dos dois atacantes, e há três dezenas de feridos transportados para os hospitais da zona.
Segundo o governador do estado australiano de Nova Gales do Sul, Chris Minns, "este ataque visava a comunidade judaica de Sydney no primeiro dia do Hanukkah", festa judaica que estava a ser celebrada naquele momento pela multidão na praia.
Por seu turno, o chefe da polícia estadual, Mal Lanyon, classificou o ataque como "ato terrorista", pelo tipo de ação dos dois suspeitos e uso de armas semiautomáticas.
Centenas de pessoas reuniram-se para um evento na praia de Bondi, que celebrava o início do festival judaico de Hanukkah.
A polícia disse que "vários itens suspeitos localizados nas proximidades" estavam a ser examinados por agentes especializados, incluindo um dispositivo explosivo improvisado encontrado num dos carros do suspeito.
Lanyon disse que o número de mortos no tiroteio era "fluido" e que ainda estavam a chegar feridos aos hospitais.
Imagens aparentemente filmadas por um membro do público e transmitidas pelos canais de televisão australianos mostraram alguém aparentemente derrubando e desarmando um dos atiradores.
Lachlan Moran, 32 anos, de Melbourne, estava à espera da sua família nas proximidades quando ouviu tiros, disse à agência de notícias Associated Press.
"Ouvi alguns estalos, entrei em pânico e fugi. Comecei a correr. Tive essa intuição. Corri o mais rápido que pude", disse Moran, que ouviu tiros intermitentes durante cerca de cinco minutos.
"Todos largaram os seus pertences e tudo o que tinham e começaram a correr, as pessoas choravam, foi horrível", acrescentou.
O primeiro-ministro Anthony Albanese disse num comunicado que os seus pensamentos estavam com todos os afetados.
Por seu turno, o líder da Associação Judaica da Austrália classificou o ataque como uma "tragédia", mas considerou que era "totalmente previsível", perante aquilo que considerou ser uma onda de antissemitismo no país.
O governo australiano "foi alertado repetidamente, mas não tomou as medidas adequadas para proteger a comunidade judaica", afirmou Robert Gregory à agência de notícias francesa AFP.
Mortes em tiroteios em massa são extremamente raras na Austrália. Um massacre em 1996 na cidade de Port Arthur, na Tasmânia, onde um atirador solitário matou 35 pessoas, levou o governo a endurecer drasticamente as leis sobre armas e tornou muito mais difícil para os australianos adquirirem armas de fogo.
Comunidade internacional condena ataque "terrorista" e "antissemita" em praia australiana
A comunidade internacional condenou hoje o terrorismo e o antissemitismo, numa reação ao ataque na praia australiana de Bondi, Sydnei, que causou 11 mortos entre pessoas que participavam num festival judaico.
No ataque morreram 12 pessoas, entre os quais um dos dois atacantes, e ficaram feridas três dezenas de pessoas, uma ação que as autoridades locais classificaram como ato terrorista.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou-se "chocada com o trágico ataque na praia de Bondi" e enviou as "mais sinceras condolências às famílias e entes queridos das vítimas".
"A Europa solidariza-se com a Austrália e as comunidades judaicas em todo o mundo. Estamos unidos contra a violência, o antissemitismo e o ódio", disse Von der Leyen através de uma mensagem na plataforma X.
Por seu turno, a alta representante europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, acrescentou que "este ato atroz de violência contra a comunidade judaica deve ser veementemente condenado" e insistiu que "a Austrália é um dos países mais próximos da Europa e estamos plenamente solidários com o povo australiano".
"Notícias profundamente perturbadoras chegam-nos da Austrália", declarou o chefe do governo britânico, Keir Starmer, na plataforma X.
"O Reino Unido envia os seus pensamentos e condolências a todas as pessoas afetadas pelo terrível ataque perpetrado na praia de Bondi. Estou a ser mantido informado sobre a evolução da situação", acrescentou o governante britânico, país que partilha o monarca com a Austrália.
A França "continuará a lutar sem fraqueza contra o ódio antissemita", garantiu o Presidente francês Emmanuel Macron, pouco depois do anúncio deste ataque.
Já o chanceler alemão, Friedrich Merz, disse estar "sem palavras", após o ataque ocorrido em Sydney, na praia de Bondi.
"É um ataque aos nossos valores comuns. Temos de pôr fim a este antissemitismo - aqui na Alemanha e em todo o mundo", afirmou o líder alemão, numa mensagem publicada no X.
O primeiro-ministro belga, Bart de Wever, também publicou uma mensagem nas suas redes sociais, salientando: "o antissemitismo não tem lugar nas nossas sociedades e devemos enfrentá-lo com determinação inabalável".
O primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, disse ter "transmitido a sua solidariedade" ao governo australiano "neste dia sombrio para a Austrália".
"Condenando mais uma vez com firmeza qualquer forma de violência e antissemitismo, a Itália expressa as suas condolências às vítimas e permanece próxima dos seus entes queridos, dos feridos, da comunidade judaica e renova a sua amizade ao povo australiano", escreveu no X a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
Depois de o seu Presidente já se ter pronunciado sobre o caso, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, prometeu o apoio de Telavive aos judeus de todo o mundo.
"Expresso as minhas mais sinceras condolências às famílias das vítimas do abominável ataque terrorista perpetrado hoje na Austrália contra a comunidade judaica" local, "desejo uma rápida recuperação aos feridos e fortaleço os membros da comunidade judaica que se opõem ao ódio assassino".
"O Estado de Israel continuará a apoiar as comunidades judaicas em todo o mundo, a apoiá-las e a lutar com todas as suas forças contra o antissemitismo e o terrorismo, em todos os lugares e em todos os momentos", acrescentou o governante israelita.