Opinião

Sair é o melhor remédio

Tomaz Andrade

Cinco vitórias conseguidas fora de casa, duas delas com goleadas, mostraram o lado imprevisível do campeonato

A chegada do frio e da chuva até aconselha uma manta e o conforto do lar, mas nunca se deve menosprezar o prazer de uma saída, porque com ela vem sempre acompanhada a imprevisibilidade. A ideia cola bem com a décima jornada da I Liga, que, ainda incompleta (o Gil Vicente-Santa Clara joga-se esta noite), já vai em 27 golos marcados e, mais inusitado, cinco vitórias fora de casa, algumas delas autênticas tareias nos visitados, com goleadas aplicadas pelo Estoril e Estrela da Amadora, estreantes a vencer nessa condição. Sidny Cabral e Begraoui, com um "hat-trick" cada, vestiram a pele de heróis.

Na luta pelo título, o Sporting despachou o Alverca com menos golos do que o fizera na Taça da Liga e o Benfica passou com autoridade em Guimarães, precisando apenas de 45 minutos em bom nível para derrotar um oponente sem armas. Quanto ao FC Porto, venceu à justa pelo segundo jogo seguido e, desta vez, ficou à vista algo que nenhum adversário conseguira fazer no Dragão. O Braga jogou como um grande, teve largos períodos em que manietou a equipa portista e retirou-lhe mesmo o estado de graça que parecia inalterável, regressando ao Minho sem pontos, mas com a sensação que, agora, sim, tem condições para poder intrometer-se na luta pelos primeiros lugares. Lá está, esta saída não teve os frutos desejados, mas não foi nada má.

Tomaz Andrade