Interventivo, o Special One pediu intensidade na troca da bola, com máximo de dois toques, e na pressão. Com vários internacionais de regresso, mas apenas 12 atletas em pleno, o técnico nunca parou de puxar pelos seus jogadores, dando-lhes "ordem" para rematar. "Todos podem atacar a baliza", lançou
José Mourinho quer uma equipa de pé no acelerador, seja em fase defensiva, seja na construção. Essa foi uma das principais notas visíveis no treino de terça-feira no Benfica Campus, aberto à Comunicação Social e no qual o Special One, mesmo com poucos jogadores a cumprirem todos os exercícios, devido às limitações causadas pelas seleções nacionais, puxou bastante pelo plantel. "Rápido" foi a palavra mais utilizada pelo treinador encarnado durante a 1h15 que durou o ensaio, no qual estiveram 20 futebolistas, mas apenas 12 sem quaisquer condicionalismos.
Nos vários exercícios, Mourinho pediu rapidez na execução e no ataque ao portador da bola quando em missão defensiva. "Se não pressionam à saída, eles conseguem sair", atirou, pedindo critério no passe e incentivando os seus jogadores a não desanimarem quando o exercício não decorria pelo melhor. "Se começa mal, não precisa de acabar mal." Uma regra essencial para o Special One é a obrigação de cada futebolista dar apenas "dois toques", para que os atletas não percam tempo e simplifiquem processos. Mas com liberdade para rematar. "Todos podem atacar a baliza."
No derradeiro exercício, no qual desenhou duas equipas formadas por seis jogadores, quem saía a jogar tinha de fazer cinco passes consecutivos, com o máximo de dois toques por atleta, antes de poder visar a baliza. Já quem defendia tinha de "apertar" logo em fase adiantada, de forma a procurar recuperar rapidamente a bola - transpondo para o jogo, Mourinho pretende que o Benfica reaja depressa à perda perto da baliza adversária.
Mourinho contou com o regresso de oito internacionais, num treino em que Sudakov deu bons sinais apesar da lesão no ombro esquerdo, tendo feito a fase inicial do ensaio, mas está ainda em dúvida para a ida a Chaves, na Taça de Portugal. Manu Silva também trabalhou individualmente, com e sem bola. Diogo Ferreira, Nuno Félix e Bruma prosseguiram a recuperação, mas longe do relvado e Bah foi autorizado a deslocar-se à Dinamarca.
Incentivos para Ivan Lima
As muitas ausências levaram José Mourinho a recorrer à formação encarnada para aumentar o lote de jogadores disponíveis, tendo o Special One promovido as subidas de Ricardo Ribeiro (guarda-redes), Ivan Lima (extremo) e José Melro (avançado). Única opção de origem para os flancos disponível, Ivan Lima - que até já foi chamado para o clássico com o FC Porto - foi um dos jogadores mais incentivados pelo técnico benfiquista. "Vamos, vamos", "Bora, Ivan", "Baixa, Ivan", foram algumas das expressões lançadas por José Mourinho para o camisola 90, que procura merecer novamente a confiança para o jogo de sexta-feira com o Chaves.