Reação de Vladimir Putin foi um indício da influência do seu país na eleição da antiga nadadora do Zimbabué para presidente do COI
Excluída dos Jogos Olímpicos desde 2022 devido à invasão da Ucrânia, que representou o terceiro desrespeito pela trégua olímpica, a Rússia de Vladimir Putin terá sido uma das apoiantes na eleição de Kirsty Coventry para presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), esperando ter o seu suporte para um regresso às competições sem restrições.
Após a escolha da antiga nadadora campeã olímpica, agora com 41 anos e ministra do Desporto do Zimbabué, Vladimir Putin surpreendeu com a dimensão do seu elogio. “Estou convencido que a sua experiência única e empenho no avanço dos nobres ideais do olimpismo contribuirão para o seu sucesso”, escreveu o presidente russo, secundado pelo seu ministro do Desporto, Mikhail Degtyarev, que acrescentou esperar “com a nova presidente, ter a Rússia a reclamar o seu lugar no pódio olímpico”.
A Rússia apenas teve 15 atletas, a competir com uma bandeira neutra, em Paris'2024, tendo na altura acusado o COI de “racismo”. Agora, e apesar de continuar em guerra com a Ucrânia, aponta a um regresso nos Jogos de Inverno do próximo ano, em Milão e Cortina, ou na pior das hipóteses em Los Angeles'2028.
Coventry, em entrevista ao “New York Times”, não se mostrou favorável aos russos, apesar da suspeita de ter recebido votos com a influência do Kremlin. “O que vimos em Paris foi, acredito, muito justo. O que vimos foi que atletas da Rússia e da Bielorrússia que apoiaram a guerra não foram convidados”, afirmou. Para o futuro, a primeira presidente africana do COI diz que formará “um grupo para nos ajudar a navegar em períodos de conflito, dando prioridade ao interesse dos atletas”.