Declarações de Kylian Mbappé em conferência de imprensa, um dia depois de ter sido anunciado como reforço a custo zero do Real Madrid, após sete temporadas no PSG
Foi infeliz nesta última época no PSG? “Não fui infeliz no PSG, isso seria cuspir na sopa. Há coisas e pessoas que me deixaram infeliz, mas há coisas que não se podem demonstrar, porque eu era um líder e não se segue alguém que anda a lamentar-se. Seria um pouco maldoso vir aqui cuspir e dizer que fui infeliz no PSG, mas houve coisas que me deixaram infeliz”.
Ameaçaram-no de que não jogaria? “Disseram-mo na cara, falaram-me com violência, e eu estava convencido de que não ia jogar. Luis Enrique e Luís Campos salvaram-me. Sem eles, nunca teria voltado a pisar um relvado. Por isso, a minha ambição neste ano era diferente. O meu nível de exigência era mais baixo, mas só o facto de jogar, de repetir jogos e de ganhar troféus era o meu maior orgulho. Mas, no próximo ano, não me vou contentar com uma época assim”.
Diferença entre Enrique e Deschamps: “Com Luis Enrique, a questão é muito mais a posse de bola. Ele gosta de ter o controlo de tudo o que se faz, é a sua obsessão. Com o selecionador, a história é diferente, ele é rigoroso taticamente, mas permite liberdade no ataque. Essa diferença permite-nos ganhar muita experiência e aprender diariamente”.
Europeu: “É uma competição complicada, mais do que o Campeonato do Mundo. Todas as equipas se conhecem e o futebol é muito semelhante. É difícil a partir da fase de grupos. Há muito tempo que não ganhamos, 24 anos é muito tempo para um país como nós, mas não estamos a colocar pressão extra sobre nós próprios”.
Como lida com essa pressão: “Há muita pressão, mas há coisas mais sérias na vida. Isto continua a ser futebol. Pagam-me muito dinheiro para jogar futebol e há pessoas que recebem muito menos para trabalhar em fábricas. É um pouco inapropriado para mim, Kylian Mbappé, queixar-me ao mundo quando há coisas horríveis a acontecer. É essa a minha educação”.