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Marco Galinha: "O fundo recebeu cartas minhas, está a ser ou vai ser acionado mecanismo para proteger o que foi assinado"

Marco Galinha

Durante a sua audição do parlamento, Marco Galinha adiantou que os primeiros contactos com o fundo WOF remontam a outubro de 2022 e garantiu, por várias vezes, desconhecer quem são os donos do mesmo, adiantando ter negociado com os seus representantes

O ex-presidente executivo da Global Media Marco Galinha afirmou hoje que "está neste momento a ser acionado mecanismos para proteger o que foi assinado" com o fundo WOF - World Opportunity Fund.

Marco Galinha falava na comissão parlamentar de Cultura, comunicação, Juventude e Desporto, numa audição no âmbito do requerimento do Bloco Esquerda (BE) sobre a situação na Global Media Group (GMG).

"O fundo recebeu cartas minhas, está a ser ou vai ser ou está neste momento a ser acionado mecanismos para proteger o que foi assinado" disse o gestor aos deputados, sem adiantar mais pormenores.

Marco Galinha reiterou a necessidade de um "sistema público de apoio" como "extremamente importante" para ajudar os media e considerou que "há várias formas de ajudar" o setor, nomeadamente em sede de IRS.

Durante a sua audição do parlamento, Marco Galinha adiantou que os primeiros contactos com o fundo WOF remontam a outubro de 2022 e garantiu, por várias vezes, desconhecer quem são os donos do mesmo, adiantando ter negociado com os seus representantes.

Classificou ainda de "inadmissível" o não pagamento de salários - os trabalhadores da Global Media, com exceção dos que trabalham nos Açores, ainda não receberam os vencimentos de dezembro - e recordou que durante o seu mandato nunca tal aconteceu.

"Eu subi 150 salários" na Global Media, sublinhou, garantindo que enquanto liderou a GMG o seu objetivo foi sempre "salvar" a empresa e "reduzir" os custos.

O espólio [do DN] "está armazenado nas melhores condições, tenho dúvidas na Europa haja melhores condições do que aquelas", salientou.

"Já perdi o meu pai. O espólio está a ser tratado como se fosse o meu pai que eu perdi, com respeito enorme", comentou.

Marco Galinha salientou que "aquilo é Tesouro Nacional, há legislação para proteger o espólio e eu não queria que o espólio ficasse nas mãos de um fundo estrangeiro".

Quanto à situação da GMG, o gestor, que é presidente do grupo Bel, referiu que esta "não pode ser tão má assim", revelando ter recebido "quatro projetos" para salvar a empresa.

"Acredito numa solução positiva", admitiu.

O ex-presidente executivo da Global Media afirmou hoje que os acionistas já apresentaram "um plano urgente" para resolver a situação no grupo, mas que ainda não obtiveram resposta.

Marco Galinha falava na comissão parlamentar de Cultura, comunicação, Juventude e Desporto, numa audição no âmbito do requerimento do Bloco Esquerda (BE) sobre a situação na Global Media Group (GMG).

"Já apresentámos um plano urgente, mas também precisamos de resposta", afirmou o gestor, que é dono do grupo Bel, que sublinhou que é "importante que se arranje uma solução".

"Estamos a falar do grupo mais valioso, estas são as marcas mais valiosas da língua portuguesa", referiu Marco Galinha, que por várias vezes disse aos deputados: "Contem comigo sempre" para encontrar com uma solução para a GMG.

Durante a audição, disse ainda ter ficado "surpreso com a equipa de gestão" escolhida pelo fundo World Opportunity Fund (WOF).

"Na verdade quem falhou aqui foi o fundo, havia compromissos, planos assinados", prosseguiu o gestor, salientando que este deve "ter alguma razão para explicar" a atual situação, nomeadamente o não pagamento dos vencimentos de dezembro.

"Não percebo porque é que isto aconteceu", comentou.

Lusa