Fernando Gomes abordou futura exploração comercial do Estádio do Dragão e do Dragão Arena.
A SAD do FC Porto está a negociar com uma empresa norte-americana a exploração comercial do Estádio do Dragão e do Dragão Arena. De acordo com informações recolhidas por O JOGO, que, ontem, adiantou a notícia em primeira mão na edição online, o processo encontra-se em fase adiantada e em cima da mesa está a possibilidade de ser alcançado um acordo em breve, cenário capaz de garantir um encaixe financeiro milionário à sociedade que gere o futebol dos azuis e brancos.
Este foi um tema abordado por Fernando Gomes, administrador da SAD, esta sexta-feira, durante a apresentação do relatório e contas relativo a 2022/23, que fechou com um prejuízo de 47,6 milhões de euros. “É para algo mais alargado do que o naming. Temos o dever de confidencialidade, porque assinámos um acordo para as negociações em curso. Uma pequena parte está resolvida, mas é uma pequena parte do processo global. Li ontem algumas coisas nas redes sociais que, na grande maioria delas, estão completamente erradas. Uma delas dizia, por exemplo um devoto do FC Porto que estávamos a sacrificar receitas futuras. Não é verdade. É melhor as pessoas não falarem quando não têm conhecimento das coisas. Nós ainda não as divulgamos e ninguém ainda sabe. Há uma acordo de confidencialidade com a empresa com quem estamos a negociar, antes do final do ano informaremos os sócios e teremos de tomar deliberações dentro da própria administração, mas parece-me que nesta fase o FC Porto pode dar um grande passo no sentido de melhorar a sua imagem, a qualidade da presença dos sócios no seu estádio, melhorando as condições do estádio, melhorando, por outro lado, as receitas do FC Porto, sem que isto signifique ir buscar receitas de manhã que hoje sacrificamos. Não. O que se trata é de aumentar receitas. E esse aumento das receitas é que é partilhado. Isso é diferente. Mas para aumentar estas receitas, há um 'Know how,' uma rede internacional e há contactos que não temos. E essa é a mais-valia. Por alguma essa razão clubes de uma dimensão muito superior ao FC Porto a procuram fazer a mesma coisa. Poucos, porque esta empresa não chega a muitos lados, mas diria que a circunstância do FC Porto ser o quarto melhor do clube, como se soube esta semana, traz alguma vantagem nestas parcerias, porque estes grandes grupos, que também querem os seus ganhos, como nós queremos, estão também à espera de prestígio que lhes dê nome à marca. E se o FC Porto lhes pode trazer isso, muitos outros não conseguem", referiu.
Sobre os capitais próprios negativos, disse: "Este ano vai acontecer uma situação que vai permitir que já em dezembro esse capital próprio diminua, porque vamos apresentar resultados positivos no final da época e eles vão diminuir esse capital próprio negativo. Isso vai acontecer, com certeza. Depois, a situação das negociações com a empresa [norte-americana], vai fazer diminuir o capital negativo. Vai acontecer e vai diminuir bastante. Mas os capitais negativos numa empresa de futebol, não refletem a realidade. Se isso fosse verdade, como contabilisticamente aparece, o FC Porto já não estaria a funcionar. Já estaria na III Divisão, não era na II. Porque o ativo de todos os clubes de futebol, e dos grandes por maioria de razão, está super diminuído. Ter capitais próprios negativos escrituralmente não tem para nós, grande significado. A não ser que temos de evitar, não é saudável, gostava de ter positivo. Qual é a maneira mais saudável para o obter? Ter lucros. Mas não prejudica de nenhuma forma a atividade normal do FC Porto até este momento, enquanto houver esta reserva oculta de que o nosso ativo é muito maior do que regista a contabilidade.”