Mundial 2022

Mais uma polémica no Catar: casos de extorsão motivam queixas

Vários adeptos têm sido surpreendidos com preços diferentes nos hotéis face às reservas AFP

Cadeia hoteleira de Doha cobra mais do dobro do preço inicialmente estabelecido e embaixadas já estão a par da situação.

O Catar e a organização do Mundial"2022 têm estado debaixo de intenso escrutínio por conta de decisões questionáveis e episódios de violação de direitos humanos durante a preparação do país árabe para a prova e, agora, já com o torneio a decorrer, há mais um caso que vem à tona.

Em causa, ao que O JOGO apurou, está a apresentação de diversas queixas por extorsão contra uma cadeia hoteleira com várias unidades em Doha, feitas junto de uma agência de acomodação internacional que já endereçou pedidos de assistência a entidades como a FIFA, o Ministério do Comércio e da Indústria e o Comité Internacional de Turismo do Catar. Várias embaixadas, incluindo a de Portugal, também foram contactadas, na esperança de incentivar a tomada de ação por parte do Governo local.

A agência em questão tem recebido queixas de diversos clientes, entre os quais patrocinadores do Mundial e membros da comunicação social de vários países, que dão conta de um exemplo específico e recorrente: aquando da marcação de estadias num dos hotéis (cujo nome não revelamos por questões de confidencialidade), o preço de um quarto com cama extra havia ficado estabelecido em 90 dólares (cerca de 9 euros) por noite. Contudo, à chegada, os hóspedes foram intimados a pagar 250 dólares pela segunda cama, chegando mesmo a registar-se casos em que, perante a recusa em desembolsar esse valor, foram obrigados a abandonar o alojamento. Mais: os queixosos também referem "ruídos que ultrapassam os limites do razoável" e "péssimo serviço".

Após tomar conhecimento das primeiras ocorrências, a agência de acomodação apontou para os termos contratualizados, mas a sociedade proprietária dos hotéis continua sem recuar na violação dos mesmos. Entretanto, a agência e os clientes aguardam pela intervenção das instâncias governamentais catari.

Francisco Sebe