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Confirmado: golpes sucessivos na cabeça podem causar doença degenerativa

epa10264003 Chicago Bears quarterback Justin Fields (R) is tackled by New England Patriots linebacker Anfernee Jennings (L) during the second half of the NFL American football game between the Chicago Bears and the New England Patriots at Gillette Stadium, in Foxborough, Massachusetts, USA, 24 October 2022. EPA/CJ GUNTHER EPA

O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos estabeleceu pela primeira vez a relação direta entre golpes sucessivos na cabeça e o desenvolvimento de encefalopatia traumática crónica em atletas, uma doença cerebral degenerativa.

A relação direta entre golpes sucessivos na cabeça e o desenvolvimento posterior de encefalopatia traumática crónica (CTE) em atletas, uma doença cerebral degenerativa, nunca tinha sido confirmada, até esta terça-feira.

O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos estabeleceu pela primeira vez uma ligação entre ambos, contrariando a posição defendida por um grupo que se dedica a investigar concussões sofridas por atletas (CIGS) e que conta com o apoio de vários órgãos, incluindo a FIFA, a Federação Internacional de Hóquei, a World Rugby e o Comité Olímpico Internacional.

Os documentos publicados pelo CIGS minimizam a relação entre o desenvolvimento de CTE e de lesões cerebrais sofridas na sequência da prática desportiva, um argumento que tem ganhado particular destaque em casos legais apresentados por atletas afetados por esta doença degenerativa.

A credibilidade deste grupo de investigação foi bastante criticada em março, quando o seu presidente e autor principal, Paul McCrory, renunciou ao cargo que exercia na sequência de acusações de plágio.

"Agora que foi estabelecida a causalidade, o mundo tem uma grande oportunidade para prevenir futuros casos de CTE. O nosso objetivo é aplicar uma reforma em todos os desportos juvenis, para que não incluam impactos repetitivos e para que, antes dos 14 anos, não existam cabeceamentos no futebol, nada de placagens no futebol [americano] e no râguebi", apontou um porta-voz de uma fundação de apoio a atletas afetados por concussões e outras doenças cerebrais ao jornal The Guardian.

Redação