Ténis

"O meu agente foi buscar-me a um pub às quatro da manhã para jogar com Nadal"

Nick Kyrgios, tenista australiano AFP

Nick Kyrgios volta aos quartos de final de Wimbledon, oito anos depois e, genuíno como sempre, deu a conhecer como recuperou a vida regrada.

São desportistas com o carisma e irreverência de Nick Kyrgios que vendem bilhetes, mesmo não estando no topo do ranking, mas passeando qualidades inatas, muitas vezes perturbadas pelo caráter de "enfant terrible".

Contudo, o genial tenista australiano, de 27 anos, inteligente como é, percebeu que uma nova forma de alargar o êxito num dos circuitos profissionais mais exigentes combinava com um estilo de vida diferente.
Ontem, após ganhar ao americano Brandon Nakashima (58.º), 4-6, 6-4, 7-6, 3-6 e 6-2, fez uma revelação deslumbrante, a propósito do modo como conviveu, há três anos, com a passagem por Wimbledon. "O meu agente foi buscar-me a um pub às quatro da manhã, para jogar a segunda ronda com o Rafael Nadal, no court central de Wimbledon, e fiquei bem chateado".

Sem se deter, focou-se no presente: "A partir daí, percorri um longo caminho e mudei muita coisa. Agora, tenho bons hábitos diários e conto com o apoio de uma equipa incrível. O meu fisioterapeuta é um dos meus melhores amigos. O meu agente é o meu melhor amigo. Também tenho a melhor namorada do mundo. Ter tanta gente boa por perto faz com que sejamos melhores em certos aspetos. Agora, estou sentado aqui e apurado para os quartos de final de Wimbledon".

O atual 40.º do ranking nunca esteve no top-10, por culpa própria, sendo a 13.ª posição o melhor registo, em 2015, ano da presença pela última vez nos quartos de final de um Grand Slam (Austrália), fase atingida na época anterior em Wimbledon. Para quem está a disputar o 30.º major, é muito pouco alto rendimento.
A grande nível prossegue o espanhol Rafael Nadal (5.º), apurado pela oitava vez para os quartos de final, graças ao triunfo sobre o neerlandês Botic Van de Zandschulp (25.º), 6-4, 6-2 e 7-6 (8/6).

Manuel Perez