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Ednaldo Rodrigues eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol

Ednaldo Rodrigues, novo presidente da CBF CBF

Dirigente, que obteve 137 dos 141 votos possíveis no ato eleitoral, desempenhará um mandato de quatro anos. Ser o primeiro negro no cargo comprovou o "não dito ao preconceito"

Ednaldo Rodrigues foi, esta quarta-feira, eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), após a crise provocada pelos escândalos protagonizados pelos antecessores, o último dos quais Rogério Caboclo, destituído por assédio sexual e moral.

Rodrigues, que desempenhou funções como presidente interino da CBF no lugar de Caboclo e foi presidente da Federação Baiana, obteve 137 dos 141 votos possíveis no ato eleitoral realizado no Rio de Janeiro.

O seu mandato é de quatro anos, até 2026, o que significa que o mesmo irá abranger o Mundial2022, no Qatar, e estender-se-á até dois meses antes do Mundial2026, que será disputado nos Estados Unidos, no México e no Canadá.

Ednaldo Rodrigues tem 68 anos e sucederá a Caboclo, de quem foi vice-presidente, que foi demitido pela CBF por acusações de assédio moral e sexual feitas sobre duas funcionárias do organismo.

De resto, os três antecessores de Caboclo no cargo, Ricardo Teixeira, José María Marín e Marco Polo Del Nero, têm em comum o facto de terem estado envolvidos em escândalos de corrupção e terem sido punidos pela FIFA com o afastamento definitivo de cargos no futebol.

O novo presidente foi o único candidato à presidência e recebeu o apoio de 26 das 27 confederações regionais de futebol do Brasil, dos 20 clubes da primeira divisão e 19 dos 20 da segunda divisão.

Rodrigues denunciou ter sofrido de preconceito durante o processo eleitoral por ser negro, sendo o primeiro a assumir a presidência da CBF, e por vir de um estado do Nordeste, a região mais pobre do Brasil.

"Os clubes e federações disseram não ao preconceito. Quero a CBF esteja ao serviço dos seus filiados, os clubes de futebol brasileiros, e que nenhuma interferência externa possa afetar seu desempenho. Que os clubes tenham voz e não apenas voto", disse num breve discurso após ser proclamado presidente.