Liga 3

"Sinto-me capaz de jogar na I ou II ligas, mas compreendo que não haja coragem"

Duarte Duarte regressou esta temporada à Oliveirense Fernando Fontes / Global Imagens

Duarte Duarte tem estado em destaque na Oliveirense

Duarte Duarte regressou esta temporada à Oliveirense, clube que representara em 2014 por empréstimo do Paços de Ferreira. O avançado sente-se agora "mais maduro" e garante que mantém a "juventude" que apresentava há sete anos dentro de campo. Para ele, a idade não passa de um número e, aos 34 anos, diz que quer jogar "enquanto as pernas e a cabeça o permitirem".

Na vitória sobre o Canelas marcou aquele que foi eleito o golo da jornada. O que pensou no momento do remate?

-Após o passe do Gonçalo Pimenta tirei o adversário do caminho e a bola ficou a saltar numa posição favorável, de uma forma que eu gosto de rematar. Peguei bem na bola, rematei colocado e acabei por ser feliz.

Foi considerado o homem do jogo. Que significado tem este prémio?

-O mais importante é a equipa vencer e somar pontos, mas, como jogador, ficámos sempre orgulhosos com o reconhecimento do trabalho. Fiquei feliz.

Nos festejos ergueu os dedos para o céu. Foi uma dedicatória especial?

-Sim, foi para a minha mãe, que faleceu no ano 2000.

Já esteve na Oliveirense em 2014, emprestado pelo Paços de Ferreira. Que Duarte Duarte volta este ano à equipa?

-Foi um período diferente. Regressava de uma lesão longa e acabei por aproveitar esse empréstimo para ajudar a Oliveirense e para ganhar ritmo, descendo, na altura, um patamar. Passados tantos anos sinto que é um Duarte que ainda pode ajudar muito e espero continuar a fazê-lo, mais maduro mas com a mesma vontade e a mesma juventude dentro de campo que tinha em 2014.

Este ano, com as exibições que tem feito, acha que está a relançar a carreira?

-Já fiz algumas épocas muito boas, aceito que com altos e baixos. Mas, de facto, este ano posso estar a surpreender muita gente pelo facto de ter 34 anos. Infelizmente, em Portugal há a mentalidade que a partir dos 30 anos os jogadores entram numa fase descendente e eu estou a provar o contrário. Se os jogadores se cuidarem e continuarem motivados conseguem render como se tivessem vinte e poucos anos. Sinto-me capaz de jogar na I ou na II ligas, mas compreendo que não haja coragem dos clubes para apostar e correr esse risco.

Prefere jogar a médio ou a extremo?

-Durante quase toda a minha carreira joguei a extremo, mas quando fui para Angola comecei a jogar a médio ofensivo. Sinto-me perfeitamente à vontade a jogar em qualquer dessas posições. Neste último jogo experimentei as duas posições dentro do mesmo jogo e consegui adaptar-me perfeitamente a ambas. Mas talvez goste mais de jogar no meio-campo.

À 8.ª jornada a Oliveirense tem uma derrota e é líder. No início da época acreditava que fosse possível?

-Sim, pela dimensão do clube e pelas suas aspirações acreditava que era possível.

Depois de dois empates sem golos, que importância tem a vitória na última jornada, antes da paragem do campeonato?

-Tivemos dois jogos em que apesar de não termos sofrido golos também não conseguimos marcar. Esta vitória é muito importante para recuperarmos a confiança que tínhamos há umas semanas e que agora voltamos a ter. Uma paragem longa como a que teremos dá-nos outra motivação para trabalhar e para encarar o próximo jogo.

Ana Catelas