Tóquio 2020

Patrícia Mamona: "Se queremos um grande lote de atletas a competir em grandes competições..."

Patrícia Mamona de regresso a Portugal Filipe Amorim/Global Imagens

Declarações de Patrícia Mamona, medalha de prata no triplo salto em Tóquio'2020, aos jornalistas, na chegada a Portugal.

Jogos de Paris'2024 podem ser os últimos? "Não penso nisso, tenho de pensar no presente, qualquer atleta quer dar o seu melhor enquanto estiver bem. Não sei quando corpo vai começar a dizer que não, mas acho que se a mente estiver bem, o corpo é capaz de fazer tudo. Quando chegar a altura, chegará a altura."

Percurso: "Vou olhar para trás, para todo o percurso que fiz, estes são terceiros jogos, lembro-me quando acabei os primeiros, o sonho era ir Jogos Olímpicos, mas quando concretizei, fiquei um bocado triste, porque quando estás lá queres sempre mais, foi aí que fiz contrato com treinador, que ia fazer algo especial nestes quatro anos, queria estar numa final olímpica, no Rio'2016 saiu uma lágrima, porque achava que podia chegar às medalhas e finalmente conseguimos. Obrigada ao meu treinador, é pensar sempre em melhorar."

Apoios? "Não queria falhar muito das partes negativas, porque mesmo assim há muitos portugueses a conseguirem grandes coisas, mas os apoios fazem muitas diferença, principalmente em disciplinas técnicas, em que estamos a competir com atletas ou países mais avançados nisso. Se realmente queremos um grande lote de atletas a competir em grandes competições, temos de estar ao mesmo nível. Acho que é altura de falar de onde vim. Vim do desporto escolar e acho que temos de investir um pouco mais nele, é daí que vêm os talentos. Depois é fluir e trazer atletas de elite."

15,01 metros: "Como disse na qualificação, estava a sentir-me muito bem, muito confiante, há muito tempo que sentia que sou muito melhor que 14,66 metros, que era o recorde. Sabia que valia muito mais, mas o importante era que saísse na hora certa, no momento certo. Como também disse na qualificação, fui para dar o meu melhor. Sabia que se assim fosse as marcas iam acabar por aparecer. Foi uma competição de controlo emocional, abri com recorde nacional, 14,91 metros, mas sabia que tinha adversárias que podiam responder a qualquer altura. Queria sempre mais e mais e mais e acabei por fazer uma marca histórica. Quero consolidar isto, aproveitar esta maré, quero repetir isto muito mais vezes."

Redação