Sporting

Edinho e as críticas a Rúben Amorim: "Foi uma chapada de luva branca"

Rúben Amorim, treinador do Sporting AFP

Edinho disse ainda que, pelo que conhecia de Rúben Amorim como jogador, já adivinhava que seria um "treinador de excelência".

O internacional português Edinho disse esta sexta-feira que as críticas deram força a Ruben Amorim para conquistar a Liga NOS e que o título do Sporting foi "uma chapada de luva branca" a quem duvidou do treinador.

Em declarações à agência Lusa, o experiente avançado sublinhou que, pelo que conhecia de Ruben Amorim como jogador, "já adivinhava que seria um treinador de excelência" e atreveu-se, nas suas próprias palavras, a dizer que o técnico "tem um futuro enormíssimo", porque "já dentro de campo era um líder".

"A crença do treinador, Ruben Amorim, a motivação aliada às múltiplas críticas que fizeram, que não tinha o quarto nível, que não estava preparado, que era um dinheiro exorbitante para o treinador que é, que ainda não tinha mostrado nada, foi uma chapada de luva branca. Porque deu-lhe mais força", considerou Edinho.

Segundo o experiente avançado, o técnico conseguiu juntar um grupo com "um misto de experiência e juventude", que manteve sempre o foco em ganhar, "mesmo naquele período em que toda a gente dizia que acabou o gás" e "a união fez a força" no plantel leonino para chegar ao título.

"Atrevo-me a dizer que tem um futuro enormíssimo, porque já dentro de campo era um líder. Muitas vezes até estivemos em conversas e, depois, colegas meus diziam: "fogo! Agora percebo porque é que o [Jorge] Jesus utilizava sempre o Ruben [Amorim]'. Ele tinha uma leitura [de jogo] acima da média, entendia muito bem o que o treinador queria e, em termos de motivação e espírito que o vi incutir nos jogadores, é fantástico", elogiou.

Segundo o avançado, que alinha hoje no Cova da Piedade, "a maneira como ele [Ruben Amorim] interpretava o jogo, fazia o que o treinador pedia e antecipava o que o adversário fazia são indícios de uma pessoa que tem uma leitura de jogo acima da média" e isso era reconhecido pelo atual treinador do Benfica, quando o orientou.

"Às vezes não basta ter qualidade", lembrou o avançado, explicando que é necessário "perceber certas situações ou mudanças de jogo ou de tática" e, nesse aspeto, Ruben Amorim "era um jogador que sabia interpretar muito bem o que o adversário queria fazer".

"E quando tens esse tipo de noção, quando estás a treinar uma equipa, é um dos fatores que faz total diferença. Nota-se a maneira como ele aborda os jogos, e a equipa dele, a maneira de explorar as debilidades do adversário, é fantástico", analisou.

Ainda sobre o título do Sporting, e no capítulo do misto de juventude e experiência que identificou no plantel "leonino", Edinho não hesitou em apontar o mérito a "pessoas fantásticas, como Coates", por quem tem "uma admiração tremenda", por ser "um adversário leal, com um coração enorme, e um profissional exemplar como líder".

"Desde as primeiras vezes que tive o prazer de o defrontar, vi logo que era um central de enormíssima qualidade. Não só pela lealdade. Não é um jogador que facilita. É rijo e forte. Mas pela qualidade que tem, pela maturidade, experiência, pelo líder que é, a mim não me surpreendeu nada [a excelente época do defesa-central do Sporting]", disse Edinho.

De tal forma que o avançado elege também Coates como o melhor jogador da I Liga em 2020/21.

"Acho que o prémio era bem merecido por aquilo que fez. Sem sombra de dúvidas que foi o jogador "mais"", concluiu.

O jogador do Cova da Piedade, de 38 anos, cruzou-se com Coates nos relvados em 10 ocasiões, com saldo amplamente favorável ao defesa-central, que venceu sete desses jogos, empatou dois e perdeu apenas um.

No entanto, os dois golos que Edinho marcou ao Sporting, em 15 embates com "leões" na sua carreira (um na I Liga e outro na Taça da Liga), foram obtidos com o defesa-central uruguaio em campo.