FORA DA CAIXA - Um artigo de opinião de Joel Neto.
Não sei se foi da raridade do fenómeno, da dimensão a que o Sporting se reduzira ou da evidente superioridade da equipa: há décadas que não via tantos adversários a dar parabéns ao campeão nacional como este ano.
Fora uns quantos adeptos chateados com a vida, as únicas pessoas incapazes de perder com elegância, desta vez, foram dois ou três comentadores da "trash TV" e os Sérgios do Dragão - Conceição e Oliveira.
Os termos de comparação ideais são limitados, claro: o Sporting raramente ganha e talvez eu, como sportinguista, não preste sempre esta atenção ao bom perder. Mas o facto é que o mais censurável, na festa desta semana, foram os vencedores: pelos desacatos e pela exposição sanitária. O resto esteve próximo do admirável. Com tanto jornalista a incendiar, foi redentor.
O MEU DESAFIO
Destino: ilha do Corvo
Quando o Presidente Sampaio foi inaugurar a primeira caixa Multibanco do Corvo, nos anos 90, a mensagem no visor dizia: "Dirija-se ao Multibanco mais próximo" - isto é, nas Flores. Tudo naquela ilha é assim: escasso e só. Daí que valha a pena trazer aqui a qualificação do Clube Desportivo Escolar para a Série Açores de futsal.
Foi a primeira vez, em qualquer modalidade, que uma equipa corvina venceu um campeonato do distrito da Horta, que envolve quatro ilhas. O Corvo alberga 450 pessoas, muitos velhos - aqueles miúdos não têm sequer com quem treinar. Eis uma história inspiradora. E uma potencial operação de charme para o Sporting, novo campeão da Europa: porque não um particular no Corvo, na pré-época?