As líderes mundiais dos -52 kg, Buchard, e dos -48 kg, Krasniqi, puxaram dos galões para alcançarem os primeiros títulos europeus da carreira.
O primeiro dia dos Europeus de judo em Lisboa, na Altice Arena, teve, quase sempre, os favoritos das categorias mais leves na rota dos títulos, casos da francesa Amandine Buchard ou da kosovar Distria Krasniqi.
Com cinco categorias leves no arranque dos campeonatos, que decorrem até domingo, as líderes mundiais dos -52 kg, Buchard, e dos -48 kg, Krasniqi, puxaram dos galões para alcançarem os primeiros títulos europeus da carreira.
Amandine Buchard destronou a campeã em título, a italiana Odete Giuffrida, numa categoria em que Joana Ramos foi batida ao segundo combate pela forte judoca transalpina, número quatro do mundo e que em Lisboa falhou a revalidação.
O título de Buchard ajudou a colocar a França no topo das medalhas neste arranque, com Luka Mkheidze a ser prata nos -60 kg, e Melanie Clement (-48 kg) e Sarah Leonie Cysique (-57 kg) com bronzes nas respetivas categorias.
Nos -48 kg, o ouro foi conquistado por falta de comparência, com a kosovar Distria Krasniqi, número um do mundo, a beneficiar do abandono antes do início do combate da bicampeã mundial e número dois, a ucraniana Daria Bilodid, que se terá ressentido de uma lesão num ombro.
Foi a categoria em que a portuguesa Catarina Costa, oitava do mundo e em zona de apuramento olímpico, foi surpreendida na estreia, não indo além do primeiro combate, com a russa Sabina Giliazova, bronze na competição.
"Saí [do combate] para estancar o sangue do nariz e, quando voltei, parecia que não estava tão ligada", justificou Catarina, que mostrou um rosto de desilusão pela incapacidade de ter ido mais longe, sobretudo quando lutava em casa.
Tal como Catarina Costa, também Rodrigo Lopes (-60 kg), André Diogo (-66 kg), Maria Siderot (-48 kg) ou Joana Diogo (-52 kg), caíram aos primeiros combates, enquanto a veterana Joana Ramos (-52 kg) e Wilsa Gomes (-57 kg) perderam na segunda ida ao tapete
Joana teve pelo caminho Giuffrida, que era a campeã em título e a vice-campeã olímpica, e Wilsa encontrou "apenas" a francesa Sarah Cysique, sexta do mundo e bronze na competição.
Foi nesta categoria que o favoritismo "cedeu", muito por culpa da campeoníssima Telma Monteiro, com a portuguesa, que era quarta cabeça de série, a não deixar escapar a sua 15.ª medalha na competição, em 15 presenças, e sexto título europeu.
A kosovar Nora Gjakova, que era favorita, contentou-se com o bronze - depois de eliminada por Telma nas meias-finais -, com a portuguesa no lugar mais alto do pódio, depois de vencer a também "outsider" Kaja Kajzer (15.ª do mundo).
Em masculinos, o espanhol Francisco Garrigos, que tinha sido bronze em 2020, em Praga, não deixou desta vez escapar o ouro nos -60 kg, e no peso imediatamente a seguir, os -66 kg, foi o italiano Manuel Lombardo a chegar à medalha mais apetecida.
Frente a frente estiveram o número dois mundial, o georgiano Vazha Margvelashvili, e o número três, Lombardo, com o segundo a superiorizar-se e, provavelmente, a "roubar-lhe" a vice-liderança mundial da categoria.
Também nos -66 kg, a grande surpresa do dia aconteceu de prolongamento em prolongamento, em quatro de cinco combates no ponto de ouro e pelas mãos do português João Crisóstomo (63.º), o outsider que chegou ao bronze.
O judoca luso apenas perdeu com o novo campeão europeu e em quatro combates arranjou forças para vencer no "tempo extra" o polaco Patrick Wawrzyczek (54.º), o azeri Nijat Shikhalizada (21.º), o espanhol Gaitero Martin (nono) e o bielorrusso Dzmitry Minkou (39.º).
Os Europeus em Lisboa prosseguem no fim de semana, com a entrada em cena no sábado dos portugueses Bárbara Timo (-70 kg), João Fernando (-73 kg), Anri Egutidze e Manuel Rodrigues (-81 kg), e no domingo Patrícia Sampaio (-78 kg), Rochele Nunes (+78 kg), o campeão mundial Jorge Fonseca e Diogo Brites (-100 kg) e Vasco Rompão (+100 kg).