Declarações de Luís Freire, treinador do Nacional, após a vitória por 2-1 frente ao Famalicão, na jornada 16 do campeonato.
O jogo: "A nossa transformação na segunda parte passa por sermos nós a tentar construir o nosso jogo. Na primeira parte, o Famalicão, fresco fisicamente, pressionou-nos, com o Nacional a procurar ser igual a si próprio, a construir o jogo. O Famalicão na primeira parte conseguiu estar muito alto no campo, com um bloco muito alto e compacto, com pouco espaço entre linha. Nós tivemos pouca paciência, mas a lesão do Kal destabilizou um bocadinho. O jogo esteve parado algum tempo e foi complicado. Acabámos por não ter a paciência necessária para nos instalarmos no meio campo ofensivo. Despejámos muitas bolas longas, sem grande perigo. O Famalicão ganhava a bola e saía com perigo. Não foi tanto não termos tentado desde início, porque o fizemos, mas o adversário estava mais fresco e tapou melhor os caminhos para a baliza e acabou por aproveitar alguns erros, como o golo que surge de uma perda de bola no corredor central. Depois do 1-0, nos últimos 10 minutos da primeira parte, houve uma forte reação, onde conseguimos duas ou três chances, até de bola parada, onde por pouco não fizemos o empate. Julgo que o jogo não estava muito desequilibrado."
Intervalo: "Ao intervalo, procurámos explicar aos jogadores onde estariam as vantagens. Circular a bola mais rápido, abrindo mais os centrais. A equipa acreditou no processo e na mensagem e entrou completamente determinada em procurar o golo, que só surgiu já passado algum tempo. Pressionámos muito bem o adversário, condicionando o jogo do Famalicão. Tivemos uma grande atitude, a assumir o jogo e a criar perigo constante. Acabámos por dar a volta ao jogo, julgo que de uma forma justíssima, com boas jogadas de futebol e com muito mérito dos meus jogadores. Até 10 minutos do fim, estivemos à procura do terceiro golo. Nos últimos 10 minutos, baixámos um pouco e o adversário reagiu e acabou por no final ter uma ou duas situações."
Elogios: "Tenho que dar uma palavra aos meus jogadores, porque há algum tempo que não ganhávamos. O processo estava a crescer e isso notava-se. Os jogadores não se destabilizaram com os resultados. Acreditaram e uniram-se. Esta vitória é um prémio mais que justo para este grupo, que hoje mostrou toda a sua qualidade. Além do resultado, foi também a exibição."
Dedicatória: "Esta vitória é de todo o grupo, staff inclusive, e dos adeptos que estiveram aqui a apoiar, que nós ouvimos. Principalmente, temos de estar juntos, unidos e fortes, porque vai ser uma guerra muito grande. Não tivemos o nosso melhor marcador e guarda-redes que costuma jogar sempre [Daniel Guimarães]. Tivemos outros jogadores condicionados. Hoje fomos uns guerreiros."
Mercado: "Os reforços são sempre bem-vindos. O campeonato é muito longo e é jogado de três em três ou quatro em quatro dias. Quase não há tempo para treinar. Há tempo só para dar informação, recuperar, viajar e jogar. Como é lógico, com isto vão aparecendo lesões, castigos e também a covid que anda por aí à solta. Temos de estar conscientes de que é preciso reforçar alguns setores. Mas com o sentimento que os nossos reforços já cá estão, que são os nossos jogadores que cá estão. Os que chegarem têm que fazer parte da família, lutar pelo seu lugar e ter vontade de ajudar".