Surto de covid-19 foi segundo percalço após intempérie na Madeira. Rúben crê que alteração de rotinas precipitou desaire.
O Sporting virou o ano em estado de graça, líder, sem lesionados ou castigados e até chegou à Choupana, no meio de uma intempérie, para arrancar três pontos, disseram vários jogadores, "na raça". Só que num curto espaço de tempo, alguns fatores externos alteraram este contexto favorável, primeiro com o adiamento desse embate com o Nacional, que obrigou a poupanças depois, diante do Marítimo, e depois com o recente surto de covid-19, que deixou de baixa, além de seis elementos do staff, três jogadores (Neto, Nuno Mendes e Sporar).
Não podendo controlar o tempo e nem sempre as infeções pelo coronavírus, o técnico Rúben Amorim pediu, contudo, segundo O JOGO apurou, contenção total ao plantel e estrutura, até porque janeiro traz uma fase determinante da época, com a Taça da Liga e o Benfica para o campeonato.
A viagem à Madeira, que pela depressão Filomena obrigou a um desvio de última hora para Porto Santo, após duas aterragens falhadas, teve efeito, na logística para a dupla jornada na ilha: o Sporting queria voltar a Lisboa a seguir ao jogo (dia 7, quinta-feira), para treinar e ser testado na Academia e voar, de novo, dia 10, para jogar a Taça de Portugal a 11. Só que o adiamento do duelo diante do Nacional acabou por obrigar a comitiva a permanecer no arquipélago, alterando as rotinas e levando a uma gestão mais criteriosa na prova rainha. Ao mesmo tempo que a eliminação com o Marítimo virava realidade, surgia um foco de covid-19 no Sporting, que confirmava o afastamento do treinador adjunto Carlos Fernandes, do preparador físico Gonçalo Álvaro, de Paulinho, técnico de equipamentos, e mais três elementos do staff; à chegada a Lisboa, e antes da receção ao Rio Ave para a I Liga, Neto, Nuno Mendes e Sporar acusaram, também, positivo.
Há pelo menos 72 horas que não se regista mais nenhum caso de covid-19 no Sporting - este domingo, pelos regulamentos da Taça da Liga, há nova ronda de testes -, mas apurou o nosso jornal que Amorim tem reforçado junto do plantel para que todos limitem os contactos ao mínimo de pessoas possível, respeitando o dever de recolher obrigatório imposto pelo Governo. Depois de uma ou outra partilha nas redes sociais de jogadores junto de amigos, o técnico lembrou o risco associado a pequenas visitas e os efeitos que isso podem provocar a nível competitivo: uma infeção tira, logo, a hipótese dos treinos conjuntos durante dez dias e naturalmente que se perdem automatismos. Pormenores que, muitas vezes, custam pontos.