I Liga

V. Guimarães-FC Porto um a um: faltava Luis Díaz aos amigos de Taremi

FC Porto venceu em Guimarães por 3-2, num jogo emocionante Miguel Pereira/Global Imagens

A análise às exibições dos jogadores de Vitória e FC Porto no triunfo azul e branco por 3-2, em Guimarães.

V. GUIMARÃES UM A UM

Bruno Varela 5

Sem responsabilidade nos golos de Taremi e Luis Díaz, agarrou outros dois remates do iraniano e um de Marega. Revelou ainda atenção nos cruzamentos para a área.

Sacko 5

Teve pernas para Baró e Zaidu, mas foi menos intenso no plano ofensivo, ao contrário do que é habitual. Teve uma noite menos tranquila após a entrada de Luis Díaz.

Jorge Fernandes 5

Desgastou-se na marcação a Taremi e Marega. Acabou por lesionar-se no segundo tempo.

Mumin 6

Chegou a ser um osso muito duro de roer para os avançados do FC Porto. Rápido no desarme e eficiente a distribuir jogo.

Mensah 5

Alternou boas intervenções com alguns lapsos. Demorou a atinar com a velocidade de Manafá, mas nunca se rendeu e arranjou sempre forma de apoiar o ataque.

Pepelu 5

Durinho na fase inicial do jogo, fez os possíveis por varrer o perigo para bem longe da área vitoriana. Ficou-se pelas intenções, porque os azuis e brancos foram realmente intensos.

André Almeida 5

Fez um pouco de tudo, desdobrando-se entre manobras defensivas e tentativas de causar desequilíbrios. Perdeu frescura física com o andamento do jogo e seria substituído.

André André 5

Bem vigiado por Sérgio Oliveira e Uribe, poucas vezes dispôs de espaço e de oportunidades para conduzir o jogo a meio-campo. Não deixou de ser, porém, uma referência para os companheiros.

Quaresma 7

É um tratado de bom futebol. De bola colada ao pé e bem sintonizado com os companheiros, precipitou o golo de Estupiñán com um cruzamento perfeito para a área. Com um remate cruzado venenoso, ainda tentou faturar.

Rochinha 7

De drible fácil e muito imprevisível na movimentação, inaugurou o marcador após intercetar um mau passe de Uribe, fintando depois o mesmo jogador do FC Porto. Até ao fim, nunca tirou o pé do acelerador.

Estupiñán 6

Continua a justificar a repescagem de João Henriques. Num bom desvio de cabeça, voltou a marcar.

Suliman 4

Chamado de urgência para render Jorge Fernandes (lesionado), foi infeliz. O FC Porto carregou a fundo e o central não conseguiu ser o travão necessário.

Miguel Luís 4

Não se impôs nas batalhas do meio-campo. A pressão contrária era crescente e o ex-Sporting não arranjou forma de pegar no jogo.

Edwards 4

Lançado em jogo quando a vitória dos portistas já estava sentenciada, foi facilmente dominado.

FC PORTO UM A UM

Marchesín 5

Não pareceu bem colocado, no lance do golo de Rochinha e o desvio da bola em Diogo Leite também não ajudou. De resto, controlou o que era possível.

Manafá 7

Sem sobressaltos no capítulo defensivo, foi um companheirão de Corona a pressionar, em boas combinações com os avançados.

Pepe 5

A facilidade em colocar a bola em Corona estava a ser de grande utilidade, mas um problema muscular precipitou a saída, à meia hora.

Diogo Leite 6

Teve um início azarado, com a bola a desviar nele no golo de Rochinha - a quem negou o bis, aos 26". Com a saída de Pepe, foi o jovem quem liderou a defesa.

Zaidu 5

À paciência dele (e ao fulgor do flanco direito) se deve o facto de, na primeira parte, Quaresma ter feito apenas um remate, e em zona frontal.

Sérgio Oliveira 7

Na ausência de Otávio e perante a instabilidade de Uribe, foi o capitão quem assumiu a responsabilidade de ligar o jogo, um esforço premiado com o passe longo para o 1-1, perto do intervalo.

Uribe 4

Numa distração a meio-campo campo, fez o passe que lançou Rochinha para o 0-1; ainda tentou emendar, mas foi fintado pelo atacante. No segundo golo vimaranense, deixou Estupiñán solto.

Corona 7

Abriu a partida com um remate sobre a barra e passou praticamente o tempo todo a cruzar contra a defesa do Vitória, alheio às oscilações do marcador, até precipitar uma vitória emocionante.

Romário Baró 4

A entrada precipitada na estreia como titular na Liga foi acentuada pelas circunstâncias, mas o treinador acabou por trocá-lo por Luis Díaz. Para trás ficou um bom passe para Taremi (18"), um livre ganho e batido para fora e muita disponibilidade.

Marega 7

Regresso pacífico ao D. Afonso Henriques deserto, onde os adeptos teriam ficado desesperados pela persistência na área, onde Sérgio Oliveira soube que o encontraria, aos 43", para receber o passe com que assistiu Taremi no 1-1. Aos 74", cabeceou a um cruzamento de Corona e fez Bruno Varela brilhar.

Taremi 7

A mobilidade e o sentido de golo dele combinam na perfeição com a infinita disponibilidade de Marega, que lhe serviu o 1-1, Corona ou Luis Díaz, que o assistiu no 2-2. Entre um e outro golo, ficaram várias ameaças. Saiu lesionado, aos 84".

Sarr 5

Saltou do banco para o lugar de Pepe. Só pecou pela passividade no golo de Estupiñán, antes de novo erro de Uribe.

Fábio Vieira 5

Teve a maturidade que o jogo exigia na fase final.

Grujic 5

Chamado para segurar o meio-campo nos últimos minutos.

A FIGURA

Luis Díaz 8
Um campeão irrequieto nunca se rende

O FC Porto pode não ter milhões para alimentar novelas de mercado, mas tem jovens campeões com um espírito combativo que não se rendem perante desafios complicados como o de Guimarães e Luis Díaz ilustrou-o com uma entrada exemplar e tardia na partida em que se esperava vê-lo no lugar de Otávio, inesperada baixa administrativa. Sérgio Conceição chamou-o à meia hora e o extremo colombiano deu logo um esticão no jogo, com dois lances de arrepiar, antes do 1-1. Quando o Vitória fez o 2-1, deu outro abanão, assistiu Taremi no 2-2 e, perito a dominar a bola no caos, entre os defesas foi ele a atirar rasteiro para o triunfo.

Pedro Rocha/Mónica Santos