O MEU EUROPEU - Portugal não fez, nem de longe nem de perto, o jogo paciente e letal que apresentou com a França, mas também é verdade que esta Noruega é muito superior.
Jogar ao mais alto nível é isto e Portugal, na primeira parte, sentiu o peso de ter eliminado a França e de ter o mundo andebolístico a avaliar o seu desempenho. No geral, hoje a Seleção Nacional não conseguiu contrariar a poderosa equipa norueguesa e, por saber isso, o Paulo Jorge terá preparado uma estratégia defensiva diferente. Portugal começou a primeira parte com um sistema defensivo diferente, confuso e demasiado aberto, com os jogadores expostos ao um para um. Depois, e com Miguel Martins a "segundo" no sistema defensivo 6:0, Portugal passava para 3:3 sempre que o lateral-esquerdo e melhor jogador norueguês, Sander Sagosen, ia para central. Com esta decisão, o Paulo Jorge Pereira fechou a zona central. Aos 10 minutos da segunda parte voltámos ao nosso sistema defensivo habitual e melhorámos substancialmente. Quando Belone estava a atacar e saia na hora de defender, penso que seria melhor utilizar Frade ou Salina a "segundo" em vez de Ferraz; assim, Portugal ganharia altura, peso e força.
Ataque: diferença na primeira linha e na finalização
Portugal não fez, nem de longe nem de perto, o jogo paciente e letal que apresentou com a França, mas também é verdade que esta Noruega é muito superior. A equipa nacional teve um rendimento abaixo do normal nos jogadores de primeira linha (André Gomes, Fábio Magalhães, Ferraz e Rui Silva), enquanto os de segunda linha (Diogo Branquinho, Vidrago, Portela e Areia) infelizmente falharam muito no remate. A equipa não atingiu o rendimento que o Paulo Jorge esperava, com exceção de Miguel Martins. Além de individualmente ter estado muito bem, gostei especialmente quando, na segunda parte, passou a central. Miguel colocou Portugal a jogar como normalmente o faz, paciente e com muita relação com o pivô, e mostrou que temos equipa para equilibrar ainda mais o nosso jogo.
Main: Round Lugar merecido
Portugal já estava apurado e este jogo foi a 1.ª jornada das cinco a fazer. A Noruega, vice-campeã mundial, a jogar em casa e com 9000 adeptos, venceu de forma justa e categórica; é séria candidata ao título. Para os portugueses, este jogo serve para perceberem que deram um grande passo, mas precisam de ter os pés bem assentes e perceber que ainda falta um pouco mais para jogarmos de igual para igual, tendo para isso de manter a concentração e responsabilidade. Temos de ter orgulho, aprender com as vitórias e manter o pensamento positivo após uma derrota que em nada nos envergonha. Uma nota especial também para a dupla de árbitros, que segue igualmente para o main round, Duarte Santos e Ricardo Fonseca.