ENTREVISTA - Aos 20 anos, Vladyslav Voytso é uma das revelações do FC Porto. Na posição de extremo, o jogador que os dragões descobriram na Figueira da Foz está a terminar um ano invulgarmente produtivo
Três títulos - Europeu B de seleções sub-20, Taça de Portugal e Supertaça - e uma nomeação internacional, a de melhor jovem da Taça da Europa, são a garantia de estarmos perante um jovem de futuro promissor. Vladyslav Voytso nasceu na Ucrânia, mas chegou muito novo a Portugal e foi cá que se iniciou no basquetebol, em 2007. Tinha então oito anos.
Como sentiu a eleição de melhor jovem da Taca da Europa ?
Não estava à espera. Recebi a notícia com grande surpresa, mas tentei transformar essa surpresa em orgulho. Um jovem ser reconhecido numa competição europeia na primeira vez em que participa é extremamente bom.
Dos três títulos recentes, qual mais valoriza?
Todos foram especiais, mas se calhar o primeiro. O do Campeonato da Europa foi o que me deu mais prazer ganhar. O pavilhão de Matosinhos esteve sempre cheio nos nossos jogos. Foi uma grande motivação jogar perante os nossos adeptos e mostrar que o basquetebol também pode fazer história.
Quando o FC Porto o abordou, em 2015, como sentiu o convite?
Com muito orgulho, porque sempre vi o FC Porto como um grande clube em Portugal. Era a oportunidade de começar uma carreira.
A sua evolução nos últimos cinco anos era o que aguardava?
Superou as minhas expectativas. Até agora tem corrido tudo bem e espero que ainda corra melhor.
E esta época pelo FC Porto também começou bem...
Criámos, desde a pré-época, um grupo de trabalho muito bom. Sente-se uma energia dentro do campo, uma união na equipa. Acho que os adeptos notam isso. Só o futuro dirá até onde podemos chegar. Para já, conquistámos um troféu. Estamos a pensar no próximo.
Como tem o plantel sentido as graves lesões de alguns jogadores?
Quando são tão graves como as duas que aconteceram esta época, é complicado superar. Ainda por cima quando surgem antes de jogos importantes e numa fase em que estávamos motivados.
Como perspetiva o seu futuro?
Quero chegar o mais longe possível. Não vou dizer que não sonho em jogar na NBA ou no estrangeiro. Quero ser o melhor possível e depois logo se vê.
Quem são as suas referências no estrangeiro?
Sigo mais o basquetebol europeu do que a NBA. Lá fora, o meu ídolo é Nando De Colo, um francês que joga no Fenerbahçe e que acompanho desde que eu era pequenino.
A seleção sub-20, que ajudou a subir à Divisão A europeia, pode manter-se?
Já não tenho idade para jogar esse Europeu, mas temos capacidade para nos mantermos. Duvidavam que fossemos campeões do Grupo B e conseguimos. A partir de agora, é altura de sonhar .
Na seleção A também pode sonhar?
A nossa geração e algumas mais velhas podem fazer com que Portugal volte a jogar contra grandes países e participe nos Europeus.