Saída para o Mouscron não impede Queirós de falar na primeira pessoa do plural quando questionado sobre o momento do clube azul e branco, no qual vê com satisfação o triunfo dos ex-colegas da formação
Foi desde Mouscron, ainda antes de viajar para Portugal para representar os Sub-21, que Diogo Queirós falou sobre a experiência na Bélgica, o sonho de voltar ao FC Porto e a ambição de construir uma carreira semelhante aos baluartes da famosa escola de centrais dos dragões.
Onde se imaginava a jogar com 20 anos?
-Não sei. Há uns anos imaginava estar no FC Porto. Estou no Mouscron, mas o meu sonho continua a ser o FC Porto.
Boa parte dos mais jovens escolhem jogar na I Liga nos primeiros anos da carreira. Porquê a Bélgica?
-Falei com as pessoas que me são mais próximas e achei que esta era a melhor decisão que podia tomar, porque me dava maior visibilidade e era um desafio aliciante. Agora, se tivesse tido a oportunidade de fazer no FC Porto o que estou a fazer no Mouscron, preferia ter continuado.
O que espera ganhar com o empréstimo ao Mouscron?
-Experiência numa I Liga europeia e, com todos os jogos que tenho feito, estar mais preparado para no próximo ano, quando voltar ao FC Porto, dar a melhor resposta possível. Ao contrário deste ano, espero ficar no clube.
Esse crescimento resume-se à experiência ou nota que tem acrescentado/melhorado algumas características?
-Claro. Mas isso acontece com todos os jogadores todos os anos. Mesmo com aqueles que têm mais idade. Aqui o futebol é muito físico e joga-se a um ritmo intenso. É um pouco parecido com o holandês, porque se ataca muito e isso impede que existam momentos de relaxamento. É preciso estar sempre muito atento.
A janela no FC Porto B tinha fechado?
-Sim. Senti que precisava de um desafio maior e por isso é que procurei partir para outra realidade.
Fez duas pré-épocas com a equipa principal. Em qual delas alimentou mais expectativas de ficar?
-Não sei. Acho que parti para ambas da mesma forma, ou seja, com a vontade e o sonho de poder ficar, continuar e jogar. Não foi possível em nenhuma, mas o que interessa é não desistir. Agora vim para o Mouscron, estou a sair-me bem, estou a jogar e isso é o mais importante. Veremos como as coisas correm no próximo ano.
O FC Porto emprestou-o sem opção de compra. Que sinal é que isso lhe transmite?
-Foi um sinal de confiança e de que acreditam em mim para um futuro próximo. Foi uma motivação extra para continuar a trabalhar, para ganhar experiência e recolher todas as informações este ano para poder atacar o próximo ainda com mais força.
Sérgio Conceição disse que o via como um "elemento importantíssimo". Como recebeu as palavras?
-Como qualquer jogador receberia. Fiquei contente por saber que acredita em mim. Senti um pouco de tristeza por ver que não foi agora, mas também faz-me ter a esperança de que é possível e de que irá acontecer no futuro se continuar o meu caminho e a trabalhar muito.
Tem recebido algum feedback?
-Têm-me dito que estou bem e que estou a ter boas prestações. Acho que é normal nas pessoas que me querem bem. Mas também sei que é sempre possível melhorar; nem que seja um por cento. É por isso que dou sempre o meu máximo.
Como vê o atual momento do FC Porto?
-Acredito que ninguém quer a posição em que estamos neste momento e que todos os dias dão o máximo para voltarmos ao lugar a que pertencemos. Temos condições para lutar por todas as provas.