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"Não há qualquer problema nem com o treinador nem com o Sporting"

Jesé entrevistado por O JOGO Carlos Costa/Global Imagens

ENTREVISTA EXCLUSIVA - Jesé aborda a questão do excesso de peso, fala da posição em campo e garante estar tudo bem depois da substituição no Aves-Sporting

Após alguma resistência inicial quanto ao tema, Jesé concedeu revelar o peso que já perdeu no âmbito de um trabalho extra que garante ter sido decidido de mote próprio, apesar de coordenado pelo clube. E o avançado abriu o livro: conta o que tem feito e como tem feito e revela os resultados. O objetivo é estar na melhor forma e jogar.

Chegou com excesso de peso...

Isso diz você.

Em relação ao peso ideal.

Bom... Se você sabe o meu peso ideal... Isso é só falar e muita gente diz coisas que não são verdade. Quando se diz algo, tem de ser com a verdade. Eu cheguei numa altura em que treinava e jogava pouco. É normal precisar de um período de adaptação aos colegas e fisicamente estou bem, baixei de peso em relação ao que tinha quando joguei na última temporada no Bétis.

Mas é verdade que já perdeu alguns quilos e que cumpre um plano de treino e nutricional para ficar em melhor forma?

Sim, sim. Já perdi bastante peso porque estou a treinar muitas vezes de manhã e à tarde, estou a ter muito cuidado com a alimentação e o clube controla esses aspetos todos. Mas é o normal, é o que faço todos os anos. O que acontece agora é que estou a treinar muito mais do que antes.

A que se deve isso? É uma exigência do Sporting? Há mais carga física cá em Portugal?

Não, é algo pessoal. Quero estar o melhor possível porque quero estar preparado para tudo. Repare que cheguei ao Bétis e joguei três meses, mas aqui vou jogar nove meses. É diferente.

Mas pode indicar o peso certo que perdeu?

- Os jornais já deram alguns números, até inventados, de que perdi cinco, seis ou sete quilos. Tudo isso está bem porque falam do meu compromisso e de que estou a treinar bem. A verdade é que perdi cinco quilos e sinto-me bem.

"Acreditam em mim e não falta atitude"

Suplente utilizado nos jogos frente ao Boavista e Famalicão, Jesé foi titular ante o Rio Ave, para a Taça da Liga, e na estreia de Silas, diante do Aves. Foi aí, aos 61", quando foi chamado para dar lugar a Luiz Phellype, regressado de lesão, que o espanhol não escondeu o seu desagrado por sair, suscitando mesmo notícias a dar conta da intenção de o Sporting o devolver à procedência. O próprio jogador afiança que já está tudo ultrapassado.

Surgiram críticas quanto à sua atitude em campo, da sua saída zangado ao ser substituído e falou-se mesmo de uma suposta intenção do clube em devolvê-lo ao Paris Saint-Germain. Como encaixou isso?

É fácil. Problema de atitude não há. E falo por mim e por todos os futebolistas, ninguém gosta de ser substituído. Podes ficar zangado no momento e já está. Mas isso está resolvido. Não há qualquer problema nem com o treinador nem com o clube. Estou agradecido ao clube e o treinador sabe que vou dar tudo em cada treino e que vou estar preparado. Foi mais problema fora do clube do que aqui dentro, sabes? Está tudo normal na relação entre mim e o clube e o treinador. O clube confia em mim, eu estou preparado e estou certo de que vou fazer coisas boas aqui nesta época.

"Jogo em todo o lado no ataque"

Já afirmou que pode fazer os quatro lugares do ataque, mas sempre teve mais rendimento pelos corredores laterais. É a posição favorita?

Sim, gosto de jogar pelos flancos, mas também a avançado. O importante é que posso fazer as quatro posições do ataque, mas temos sempre de nos adaptar ao que o treinador quer em cada momento, porque afinal de contas o importante é jogar.

Mas a jogar no eixo não tem números de matador, é mais um atacante de mobilidade... Como se define e onde pode encaixar melhor?

Aqui há jogadores bons, jovens. Gosto do talento que há aqui, há muita qualidade. Acho que se pode fazer algo importante se estivermos unidos como equipa. O importante é jogar. Desde pequeno, sempre joguei a 9 ou nas alas, marcava muitos golos. Gosto de marcar e de assistir. Obviamente marcar é melhor, mas também gosto de oferecer golos.


Marcar um golo é o que lhe está a faltar para descolar e para ganhar confiança, impor-se e acabar com as dúvidas?

Sim, claro. O golo é importante para os jogadores de ataque, para termos mais confiança. Mas eu confio nas minhas capacidades, nas minhas condições, estou a trabalhar dia a dia para estar preparado e corresponder quando tiver de jogar. Marcar é bom, mas também o é dar a um colega porque o importante é ganhar.

Rafael Toucedo