Novo treinador chegou cedo à Academia mas já sabia aquilo que ia transmitir a um grupo de trabalho que, tal como Varandas disse na entrevista à Sporting TV, estava com o moral em baixo e que podia ir do melhor ao pior.
Foi o primeiro a chegar à Academia, na mala trazia o planeamento daquilo que vai ser o leão a curto prazo e no peito uma mensagem com o objetivo claro de repor a ambição num grupo que viveu um início de temporada atribulado.
Leonel Pontes, protagonista desta história, entrou no primeiro dia como treinador da equipa principal do Sporting carregado de ambição e, sabe O JOGO, que aproveitou os momentos que antecederam o seu primeiro treino para reunir o grupo no balneário - lesionados incluídos - e transmitir-lhes não só o que pretende coletivamente, mas também para lembrar que "há qualidade" e que a época... ainda agora começou.
Realista, e ao que o nosso jornal conseguiu apurar, o novo timoneiro dos verdes e brancos, de 47 anos, começou por pedir "uma relação de confiança mútua": ladeado pela restante equipa técnica (Rodolfo, Gonçalo Álvaro e Nélson Pereira), foi firme ao explicar que os atletas podiam esperar uma "liderança forte" da sua parte, pedindo-lhes que acreditem não só no trabalho que quer realizar, mas também de que "têm qualidade" não só para suportar a pressão do momento, mas, igualmente, para conseguir lutar pelos objetivos traçados pela estrutura do futebol.
Mais: tudo isto, vincou, só acontecerá "se houver trabalho no limite" e o suor é a única exigência que o treinador dos leões faz, para já, aos seus pupilos. Como não existem coincidências, foi precisamente essa exigência que O JOGO comprovou nos 15 minutos a que os jornalistas tiveram acesso no relvado da ala profissional. Pontes foi o primeiro a pisar o relvado, deu indicações a Paulinho, encarregue de executar a logística, reuniu com a equipa técnica e colocou mãos à obra.
Depois de uma pequena corrida, dividiu o grupo em três "meinhos" e esteve em cima de todos, pedindo velocidade no passe. Um pequeno detalhe que demonstra a motivação com que está a encarar o novo desafio, outra das mensagens que transmitiu ao grupo na rentrée depois de Marcel Keizer.
Cenário não é o ideal
Leonel Pontes orientou um treino com 16 jogadores, destacando-se aqui a chamada de quatro futebolistas dos sub-23 (ver peça) para suprir as muitas ausências que a paragem FIFA está a provocar no Sporting. Coates (Uruguai), Acuña (Argentina), Borja (Colômbia), Doumbia (sub-23 da Costa do Marfim), Wendel (olímpicos do Brasil), Bruno Fernandes (Portugal), assim como os jovens Max, Miguel Luís (sub-21 portugueses) e Rafael Camacho (sub-20) não podem dar o seu contributo no arranque do novo treinador e a maioria só se deve juntar ao grupo perto da deslocação ao Bessa, marcada para dia 14. Apesar de não ser um cenário ideal, Pontes confia que a experiência de muitos destes nomes, como os capitães Bruno Fernandes e Coates, vai amenizar o processo de integração nas suas ideias. Este já está em andamento, as ideias estão em cima da mesa e resta saber de que forma é que o plantel vai acolhê-las e executá-las.
Beto "fiscalizou"
Perante as ausências, quer de Frederico Varandas, presidente do Sporting, quer de Hugo Viana, diretor-desportivo, coube ao team manager Beto fazer a guarda de honra a Leonel Pontes no seu primeiro dia de trabalho como treinador da equipa principal do Sporting. Num dos topos do campo da ala profissional, assistiu à sessão, já depois de ter estado presente na reunião que aconteceu no balneário.
Quatro sub-23 chamados ao treino
Sobre o treino, nota de destaque para a chamada de quatro futebolistas que normalmente estão ao serviço da equipa de sub-23. São eles o lateral-esquerdo espanhol Echedey Carpintier, os médios Matheus Nunes e Tomás Silva e ainda o extremo Joelson Fernandes. Ao mesmo tempo que a formação principal se exercitava, Emanuel Ferro, novo técnico dos sub-23, dirigia o treino noutro campo.