Opinião

O mercado dos cem golos

Pelo menos FC Porto e Sporting vão competir nas compras este defeso. E o objetivo tem números

O esvaziamento deste plantel do FC Porto abre as portas a um duelo com o Sporting que pode ir muito para além de umas quantas finais desempatadas a penáltis e conflitos desnecessários como os da última semana. Bruno Fernandes, que podia ter sido facilmente contratado pelos portistas ou pelo Benfica quando veio para Alvalade, demonstra que a sabedoria (ou o acaso, se quiserem) relativiza os orçamentos - e o FC Porto, ao contrário do Benfica, nem pode dizer que está muito mais folgado na tesouraria do que o Sporting.

Tal como estão agora, FC Porto e Sporting partem quase em plano de igualdade para uma guerra de mercado que precisa de ter um grau de acerto infinitamente superior às contratações dos três grandes nas últimas duas épocas. A Liga está com um problema de mercado externo e interno que não se vai resolver com formação, e falta dinheiro para a terceira via que acaba de valer uma Taça de Portugal ao Sporting. Reciclar figuras dos grandes campeonatos, como Mathieu e Bas Dost (ou Casillas e Pepe), atira a folha de salários para diante do nariz delicado da UEFA.

Tudo indica que o defeso será tão competitivo como o campeonato, sobretudo se o Benfica resistir a vender, o que também significa menos necessidade de se aventurar nas compras. Se não vender, está ali a bitola do mercado para os outros dois: 100 golos na próxima liga. Ou oitenta e uma defesa de aço.

José Manuel Ribeiro