A Europa do futebol sabe que, prestes a celebrar 21 anos de idade, Éder Militão é candidato a alguns recordes, além dos esperados bons desempenhos desportivos. Desde logo, a concretizar-se o interesse do Real Madrid, agora (75 milhões de euros) ou no fim da temporada (50ME), tornar-se-ia a mais cara transferência de sempre com origem na liga portuguesa. Para já, é o melhor central eleito quatro meses consecutivos pelos treinadores do campeonato.
Em cinco possíveis, Éder Militão foi considerado quatro vezes o melhor defesa a atuar no campeonato português, na votação mensal promovida pela Liga junto dos treinadores das equipas profissionais. Apenas falhou o primeiro mês, quando a maior parte dos técnicos apreciou, ainda em agosto, o arranque de Diogo Leite, seu colega no FC Porto, a quem preconizavam uma época de confirmação.
Isto a propósito das capas, parangonas, comentários e ponderações de todo o género que se podem apreciar hoje na internet, dando conta de um "ataque" cerrado do Real Madrid, com o propósito de garantir os seus serviços. Até ao final do mês, altura em que o mercado de transferências encerra as portas, os "merengues" podem sempre atirar para a conta da SAD portista os 75 milhões de euros previstos na cláusula que pode libertar Militão.
Ou seja, há pouco mais de duas épocas, ainda nem era profissional de futebol e hoje pode ser considerado um dos centrais mais caros de sempre. O holandês Virgil van Dijk, contratado em janeiro do ano anterior pelo Liverpool ao Southampton, por 84,5 milhões de euros, lidera nesse capítulo. Mas se o Real Madrid "batesse" agora a cláusula do contrato com o FC Porto, Militão ultrapassaria o francês Benjamin Mendy, que custou 58 milhões ao Manchester City. E, apesar de defesa, é um lateral direito.
Por cá, transformar-se-ia na mais cara de sempre. Os 75 milhões de euros que isso custaria até final de janeiro, ou mesmo os 50 milhões no final da temporada, seriam suficientes para ultrapassar os 45 milhões que o colombiano James Rodriguez rendeu em 2013/14, quando trocou os dragões pelo Mónaco.
Resta saber qual o nível de loucura que a administração de Florentino Pérez está disposta a revelar, sabendo-se que precisa de arrumar uma divisão da casa - leia-se setor defensivo - para de se manter na luta pelo título em Espanha e pela revalidação das insígnias de campeão europeu.
A capa da Marca de ontem é reveladora dessas intenções: "Objetivo central: Militão". O que não sabiam é que o FC Porto, conforme O JOGO hoje noticiou, tinha blindado uma eventual saída a meio da época com uma cláusula que inflaciona em 50 por cento (sobre para 75 milhões de euros) o valor a pagar pela rescisão no final da época (50ME), de um contrato válido até junho de 2023.
São 21 jogos nas várias frentes e apenas uma derrota (o clássico frente ao Benfica) no raciocínio dos que o querem contratar. E não é nome apenas falado em Madrid. Os franceses do PSG, que estiveram na luta pela sua contratação no verão passado, e os ingleses do Manchester City, Manchester United e Liverpool permanecem, segundo a imprensa internacional, de olho em Militão.
O central brasileiro, que celebrará 21 anos de idade a 18 de janeiro, apenas conheceu os balneários de dois emblemas: o do São Paulo, por quem deu os primeiros pontapés na bola com equipamento oficial, ainda com 11 anos (nos sub-13), e, desde o início da atual temporada, o do FC Porto. Neste, rapidamente se impôs ao lado do seu compatriota Felipe e é, hoje, opção segura de Sérgio Conceição. São já cinco meses do FC Porto, que lhe valeram ainda um honroso 15.º posto na tabela Golden Boy, que premeia as grandes revelações dos clubes europeus pela UEFA.
Do Sertãozinho, no estado de São Paulo, para o mundo, Militão é já uma promessa muito válida da seleção brasileira, à qual foi chamado pela primeira vez em setembro passado, para a disputa de dois jogos amigáveis.