Martín Anselmi: "Temos de pegar na guitarra e tocar a canção"

João Mário disse no final do jogo com o Braga que a equipa está cada vez melhor nos treinos, mas que ainda não tem sido capaz de o mostrar nos jogos. Que explicação tem para isso? É falta de confiança? "Isso é uma pergunta muito normal. Treinar não é o mesmo que jogar. Disse ao longo da semana que estamos a ver coisas boas nos treinos, estamos a ver coisas a crescer e agora temos de as plasmar dentro do campo. A minha resposta a isso é que os meus jogadores vão fazê-lo este fim de semana. Sei que o vão fazer. Acredito neles. Em primeiro lugar, é preciso ser valente para melhorar, porque para melhorar em algo, primeiro tens de ter a humildade de dizer que há coisas que não estou a fazer bem. E olhar para dentro e dizer que há algo que não estamos a fazer bem, temos de ser valentes, porque é mais fácil arranjar desculpas por isto ou por aquilo. Cheguei tarde porque havia trânsito e não porque saí antes. Se tivermos a valentia de olhar e dizer que tenho de melhorar isto, já deste um primeiro passo. Depois tens de ter a valentia, a coragem ou a perseverança de passar pela frustração. Se não sei tocar guitarra e quero tocar guitarra, ao fim de uma semana estrago-a, os dedos iriam para qualquer lado e ficaria frustrado, porque isto não é para mim. Então, tenho de passar por essa frustração, tenho de insistir e continuar a tocar guitarra porque é algo que quero fazer. Para isso também é preciso ser valente. Entretanto, temos de dar o espetáculo, temos de pegar na guitarra e tocar a canção, que é o último passo, e temos a valentia de o querer fazer. Passar pela frustração de passar pelo erro, por olhar para nós e sabermos que temos de melhorar, que temos de o fazer no jogo, e estou convencido que temos."

O terceiro lugar é um objetivo suficientemente motivador para si e para os jogadores? "Não, não..."

...Para que servem estes últimos nove jogos do campeonato? Poderão dar ou tirar-lhe margem de manobra para a próxima época? "Servem para competir. Do primeiro ao último. Como disse, ganhando ao oponente e a nós mesmos, para sermos melhores em cada jogo dos nove que faltam. É para isso que serve."