Deixa lista de Nuno Lobo e diz: "Pinto da Costa não merece o que estão a fazer"

Amaro Correia confirmou, ontem, a O JOGO que deixou de integrar a candidatura de Nuno Lobo às eleições do FC Porto, de 27 de abril. O agora ex-candidato à vice-presidência dos dragões justificou a decisão por “discordar” da candidatura, dizendo não querer alinhar em “fetiches e feiras de vaidades”, pontos que aprofundou esta sexta-feira ao nosso jornal. 

"Sou portista, sócio 5045 e não tive qualquer convite de outra lista para integrar órgãos sociais, sendo que nunca, jamais, integraria a lista de André Villas-Boas, pela divisão que criou no meu clube. Não imaginava que o whatsapp, de ontem, tivesse tanta repercussão, mas explico a razão do fetiche e da feira de vaidades, das candidaturas. Quanto ao fetiche referia-me a um feitiço, que servia de objeto como adoração, ou se quiserem considerar, ganhar as eleições seria 'ter poder sobrenatural'. Quanto à feira de vaidades, referia-me às casas do FC Porto, que parece, agora, foram descobertas pelos candidatos, quando em 2020 foram-nos fechadas as portas.  Fica o esclarecimento se bem que registei. Não teve nenhuma, mas nenhuma intenção de beliscar qualquer elemento da lista do Nuno Lobo com quem espero manter sempre amizade", referiu.

"É gente espectacular e merecem um caminho risonho. Têm uma vantagem, amam o FC Porto e nenhum foi seu colaborador, muito menos saiu ressabiado. Os elementos da lista de Nuno Lobo e o próprio merecem todo o respeito e apoio, pela coragem da candidatura, mas antes gostaria de declarar que cedo todos os direitos intelectuais do programa à candidatura Nuno Lobo e, se interessar, ao FC Porto. Escrevi o programa, publicado na página nunolobo.pt e são apontamentos do que gostaria de ver no meu clube, se um dia tivesse oportunidade de ser eleito", apontou.

Amaro Correia prossegue: "Há cerca de um mês comuniquei ao candidato Nuno Lobo que no voto útil votaria Jorge Nuno Pinto da Costa e que gostaria de sair da lista, por razões pessoais e de consciência moral. Não me estava a agradar o caminho das eleições. Sem qualquer dúvida. Chamem gratidão, memória e acima de tudo amor ao FC Porto. Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa não merece o que lhe estão a fazer. Estou à vontade porque não o conheço, nem nunca estive com ele, em presença e podia, até fazer parte dos ressabiados, com razão, já que recusou apresentar o meu livro em 2019 "Governação e Smart Cities. Um estudo do Porto." Mas, como disse, tenho memória e não esqueço os grandes momentos que o presidente me proporcionou e tudo o que construiu há 42 anos."

"Por fim, agradecer ao Nuno Lobo a quem tive o prazer de coordenar a comunicação, em 2020/2024 até ao dia 1 de Março. O ciclo fechou-se, porque as condições são muito diferentes de 2020. Se tenho defendido a palavra unir, unir os portistas, não posso deixar de sentir que mais uma lista às eleições serviria para desunir ainda mais. Apelo ao presidente a junção das listas, em 2024,  seria uma oportunidade interessante para o futuro do clube. Todos, todos, todos a construir um clube melhor.  Nota final: desvinculei-me da candidatura, em 2024, porque não quero sentir o clube dividido, com a imprensa de Lisboa a galhofar. (...) Já decidi em quem voto e, por isso, regresso à minha condição de associado que ama o FC Porto e que estará sempre disposto a servir o clube. Obrigado Nuno Lobo", rematou.