Guardiola e a saída de De Bruyne: "Um dos melhores médios de sempre neste país"

A conferência de imprensa de Pep Guardiola de antevisão ao Manchester United-Manchester City (domingo, 16h30) foi, naturalmente, dominada pelo anúncio da saída de Kevin de Bruyne. O médio belga informou esta sexta-feira que vai deixar os citizens no final da temporada e o treinador espanhol falou sobre o jogador durante vários minutos - apenas uma pergunta foi sobre outro tema.

"Dia triste. E também um dia feliz pelo facto do prazer que tenho em viver este tempo que tenho com ele. Deu-nos a todos a sua humanidade e, claro, a sua influência em todos os nossos êxitos. A última década não seria possível de imaginar sem ele. É um dia triste quando um de nós se vai embora. Vincent [Kompany] saiu, Sergio [Aguero] saiu, David Silva saiu. Poderia dizer mais nomes. É uma altura triste e um dia triste. Ainda temos seis jogos em casa e ele pode divertir-se com os nossos adeptos. Tenho a certeza de que vai receber o carinho e o reconhecimento de todos nós e dos adeptos, claro, que merece", começou por dizer. 

"Falámos há dias sobre isso. Foi muito bom. Sempre tivemos uma relação especial. O Kevin é uma pessoa e um jogador especial. [Jogadores como o Kevin são tratados] de uma forma especial e tivemos conversas, claro. Quantos jogos, reuniões, treinos, comida e maus momentos [partilhámos]? Abraços e gritos - ele esteve envolvido durante uma década e, exceto nas férias, estivemos juntos. Agora vai acabar - vá lá, não vamos ficar, não vamos ser afetados - é um momento emocional como o do Sergio Aguero. Vamos continuar e há jogadores que ajudaram a fazer o clube como está agora. As emoções estão envolvidas porque eles dão-nos muito. Todos os avançados beneficiaram do talento do Kevin. 180 golos e assistências é muito importante, mas é claro que vamos aproveitar os últimos dois meses juntos - mas emocionalmente é difícil. É difícil", referiu Guardiola.

O espanhol confidenciou que ainda não sabe se terá De Bruyne no Mundial de Clubes. "É uma boa pergunta, não sei. Ele tem de decidir, é uma nova competição. Espero que ele possa continuar a jogar futebol noutro lugar, mas isso depende do risco e dos contratos para o futuro. Não sei. O clube tem de falar com ele, e ele tem de dizer o que quer fazer", explicou.

"Li esta semana que ele esteve envolvido em 280 golos e assistências, e na Premier League é um dos melhores médios de sempre a jogar neste país e neste clube - não há dúvida. Pela sua consistência, exceto no último ano, ano e meio, devido a problemas de lesão. A consistência nos jogos importantes e nos jogos não importantes, a cada três dias estar sempre presente. Não há dúvida. As suas assistências, os seus golos, a sua visão no último terço são muito difíceis de substituir. Toda a gente pode fazer acções para assistências, [é] o número de anos e de jogos que o torna único. No fim de contas, isto é um negócio, os jogadores têm de ter um bom desempenho e um treinador tem de ter um bom desempenho. Sabemos que qualquer pessoa pode discutir o seu desempenho durante esta década, que tem sido extraordinário. Ganhámos muitos troféus e ele esteve envolvido em cada um deles. Recordamo-lo como parte deste clube e a declaração que fez ao clube, o que lhe disse é que a porta está aberta para o resto da sua vida. Seja o que for que ele queira fazer aqui ou noutra parte, faz parte da família deste clube. O impacto de alguns jogadores transcende mesmo o que fizeram em campo. O Kevin é um deles", elogiou ainda.