"Quando ganhamos ao Shakhtar, que agora ganhou ao Barcelona, quase parecia uma equipa da distrital"
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez a antevisão ao jogo da 11.ª jornada da I Liga, em que os dragões se deslocam ao terreno do V. Guimarães (sábado, 20h30).
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Atributo de Pepe que daria aos outros centrais: “Há coisas que é impossível dar. A maturidade que o Pepe tem é adquirida ao longo dos anos, nas diferentes equipas e na Seleção Nacional. Há momentos do jogo em que isso pesa. Todos os centrais que temos à disposição, incluindo o Marcano e Zé Pedro, são de qualidade, cada um com as suas características. Eu não tenho de dar nada a ninguém. Dentro do que são as suas características, têm de trabalhar no máximo para melhorarem a cada dia que passa. Sabem o que penso do Pepe, o que é e o que representa para o clube, não só dentro do balneário, mas também para fora é muito importante. Espero que qualquer um dos meus centrais consigam uma carreira perto da carreira que o Pepe fez, que não é nada fácil”.
O que preocupa mais: “O que faz com que trabalhemos são esses erros e alguma falta de eficácia ofensiva, que temos tido, e alguns erros que cometemos. É corrigir e trabalhar para termos qualidade do que a que temos hoje.”
Estrutura do Vitória e do Estoril: “Não me preocupa a equipa que ataque em 3x4x3 e defenda em 5x4x1. Há equipas que no papel vêm no 4x4x2 clássico e, depois, vêm com seis na sua linha defensiva, porque os alas acompanham muito a ação dos alas adversários. Tem que ver com o que são as equipas e a estratégia definida pelos treinadores adversários. Agora, olhámos para o que o Álvaro [Pacheco] tem feito nessa estrutura que apresenta e, depois, qual é a dinâmica quando têm e não têm a bola. Isso é o mais importante.”
Derrotas com equipas pequenas: “Temos um desafio amanhã e o foco é o jogo com o Vitória. Muitas vezes o universo FC Porto esquece que jogamos contra adversários e que eles também têm a sua qualidade. Não jogamos sozinhos. Os treinadores também têm estratégias bem definidas para jogar contra o FC Porto, cabe-nos, como equipa técnica, ir ultrapassando e reinventando-se ano após ano; dentro dos anos desportivos, mudar algumas situações a nível estratégico, porque os adversários são sempre diferentes, e temos temos feito isso. Depois, olhamos para um Arouca, que fez aqui um jogo muito competente, para um Estoril, que talvez tenha feito o melhor jogo da época, por culpa nossa, com certeza, mas também não podemos tirar mérito aos adversários. O ambiente que é criado à volta da equipa... Dou o exemplo do Shakhtar na Liga dos Campeões, que ganhou ao Barcelona. Quando ganhámos 3-1 no primeiro jogo da fase de grupos, parecia que era uma equipa da Distrital, que era extremamente fraca. Agora já olham para ele de uma forma extremamente diferente. Este Antuérpia, conheço o campeonato belga e é competitivo. Não será das melhores equipas da Europa? Não. Mas a prova de que é competente é que foi campeão belga e a Bélgica, a nível de seleções, está onde está. Não vamos desvalorizar tudo o que fazemos de bom e valorizar o que fazemos de menos bom. Não é justo e tem sido uma constante ao longo dos anos aqui.”