Presidente da FIFA desvaloriza críticas e mostra-se confiante de que esta primeira edição do reformulado Mundial de Clubes será um sucesso, comparando-o ao primeiro Campeonato do Mundo de seleções da história, em 1930
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Gianni Infantino, presidente da FIFA, antecipou esta sexta-feira que o reformulado Mundial de Clubes, cuja primeira edição vai arrancar nos Estados Unidos na madrugada de domingo (1h00), com um jogo entre o Al Ahly e o Inter Miami, vai marcar uma “nova era” na história do futebol.
Em entrevista à agência noticiosa AFP, o líder da FIFA comparou a estreia do novo formato deste torneio com o primeiro Mundial de seleções da história, em 1930, desvalorizando os críticos que apontam para o adensamento do calendário desportivo e efeitos nefastos na saúde dos jogadores.
“Vai arrancar uma nova era no futebol de clubes. É um pouco como, em 1930, o Mundial começou. Toda a gente atualmente fala sobre o primeiro Mundial. É também por isso que este Mundial é histórico. Queremos ser inclusivos e dar oportunidades a clubes de todas as partes do mundo. É uma questão de globalizar o futebol e de torná-lo verdadeiramente global. Porque quando arranhas a superfície, dizemos que é o desporto número um mundial, e é, mas depois a elite está concentrada em muitos poucos clubes e países”, começou por dizer, defendendo a capacidade de inclusão desta prova para jogadores de países que, em termos de seleções, dificilmente jogariam um Mundial.
“Um grande amigo meu é George Weah, uma lenda, um grande jogador, vencedor da Bola de Ouro, é o único jogador africano que já a ganhou. Nunca jogou um Mundial e podia ter jogado um Mundial de Clubes e ter feito não só o seu clube, mas o seu país orgulhoso”, referiu, a título de exemplo.
Quanto aos relatos de pouca adesão dos adeptos ao jogo inaugural do Mundial de Clubes, que obrigaram inclusive a FIFA a baixar os preços, Infantino respondeu aos críticos dessa decisão e mostrou-se confiante de que todos os jogos do torneio terão “estádios cheios”.
“Acredito e estou convencido de que, mal a bola comece a rolar, o mundo inteiro irá perceber o que está a acontecer aqui, que é algo especial. Eu sou uma pessoa positiva no geral, mas se os preços estão muito altos, criticam a FIFA. Se estiverem muito baixos, criticam a FIFA. Depois, criticam a FIFA por fazer promoções nos bilhetes com os estudantes. Quando eu fui estudante e não tinha dinheiro, teria adorado que a FIFA chegasse ao pé de mim e dissesse: ‘Queres vir ver um jogo do Mundial?’. Não queremos ver estádios vazios. Acredito que os estádios estarão bastante cheios”, vincou.
“Em termos de inclusão, economia, interesse dos adeptos, se pegarem em todos esses fatores, eu voltarei a falar sobre isso no final do Mundial de Clubes, mas eu já sei [que vai ser um sucesso] quando vejo o número de bilhetes vendidos e de direitos televisivos. Digam-me uma competição de topo atual em que possam ver futebol grátis?”, concluiu Infantino, prometendo ainda que a segurança dos adeptos que viajarem até aos EUA é uma “prioridade de topo” para a FIFA.