Amorim: os milhões em cima da mesa e despedida para depois do Estrela, à partida, com três adjuntos

Ainda não foi durante o dia de terça-feira que Rúben Amorim assumiu a saída para o Manchester United, embora prometa fazê-lo em breve. O processo de transferência está praticamente concluído, como esclareceu o Sporting, através do comunicado enviado ontem à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mas o treinador não quis dar o passo em frente após o jogo dos quartos de final da Taça da Liga, contra o Nacional, que os leões venceram por 3-1.

O Sporting enviou à CMVM comunicação a esclarecer que os red devils estão dispostos a pagar os dez milhões de euros estipulados na cláusula de rescisão do treinador leonino para que possa deixar o clube.

“O Manchester United manifestou o interesse em contratar o treinador Rúben Amorim, tendo o Conselho de Administração da Sporting SAD remetido para os termos e condições previstos no contrato de trabalho em vigor entre a Sociedade e o treinador, em concreto para a respetiva cláusula de rescisão e para o valor de dez milhões de euros; o Manchester United manifestou interesse em pagar à Sporting SAD o valor da referida cláusula”, lê-se no documento.

Rúben Amorim promete esclarecimentos para breve, mas o técnico garante que irá estar no jogo contra o Estrela da Amadora, sexta-feira

Amorim, entretanto, manteve uma atitude sóbria durante o jogo e, no final, nas várias intervenções que teve “chutou sempre para canto” as certezas absolutas, garantindo não haver “nada de concreto” e que, como sempre, será o próprio “a decidir”. Mas, na realidade, o técnico está bem por dentro de todo o processo e tem uma base de entendimento para concretizar a sua primeira aventura no exterior.

Segundo O JOGO apurou, esta operação já se arrasta há algum tempo e, na semana passada, estiveram em Lisboa Omar Berrada (CEO) e Dan Ashworth (diretor desportivo) para tentar fechar o dossiê, numa altura em que Erik ten Hag ainda comandava o Manchester United mas quando havia claros sinais de rutura e que só faltava a oficialização do despedimento, que viria a verificar-se mais tarde, após a derrota contra o West Ham por 2-1.

Conhecido o assédio ao treinador português, inclusivamente do outro gigante da cidade para onde irá trabalhar na próxima temporada Hugo Viana, os responsáveis do United quiseram atuar de forma segura e garantir no imediato o técnico do Sporting. O plano do clube onde atuam Bruno Fernandes e Diogo Dalot seria levar já Amorim para que este dirigisse a equipa diante do Chelsea, no domingo, às 16h30. No entanto, tudo indica que a viagem para Manchester do treinador e dos seus adjuntos (Carlos Fernandes, Adélio Cândido e Francisco Vital) só deverá acontecer após o jogo contra o Estrela da Amadora, relativo à 10.ª ronda do campeonato, na sexta-feira.

Oito milhões anuais em cima da mesa

O Manchester United ocupa a 14.ª posição na Premier League e está a 12 pontos da liderança, pelo que os responsáveis do clube esgotaram a paciência com Ten Hag e decidiram colocar um ponto final na relação com o neerlandês que durava há mais de duas épocas. 

Para resgatar o treinador de Alvalade, o Manchester United, como foi referido, bateu a cláusula de rescisão no valor de dez milhões de euros. Amorim, recorde-se, tinha no seu contrato três valores diferentes caso abandonasse o clube (30 milhões de euros para um clube português, 20 para o estrangeiro e dez para um dos grandes da Europa, como é o caso). 

O técnico não terá hesitado quando lhe foi apresentado o projeto do clube e o valor do seu contrato, na ordem dos 8 M€/anuais, tudo indica, por duas temporadas e meia.