Palavras de Sami Khedira, antigo internacional alemão que coincidiu com o astro português no Real Madrid
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Sami Khedira, antigo médio que jogou no Estugarda, Real Madrid, Juventus e Hertha Berlim na carreira, considerou esta terça-feira que Rodri foi um justo vencedor da Bola de Ouro de 2024, apesar de também deixar elogios à qualidade de Vinícius Júnior, segundo classificado no prémio.
Ainda assim, em declarações ao jornal Marca, o antigo internacional alemão de 37 anos, campeão do mundo em 2014, não deixou de apontar o dedo à atitude do extremo brasileiro, dizendo até que o faz lembrar de um jovem Cristiano Ronaldo, com quem coincidiu em Madrid entre 2010 e 2015.
“Vini ou Rodri? Que grande debate... Eu era médio e o futebol de Rodri encanta-me. Se vires como está agora o City, dás-te conta da sua importância. No Europeu vi quatro jogos dele no estádio e tu apercebes-te de como gere tudo, coloca todos os jogadores no campo e depois mete-os a jogar. É incrível”, começou por destacar.
“Depois está Vinícius e também a merece [a Bola de Ouro]. Vini muda os jogos, quando o Madrid não sabe o que fazer, passa-lhe a bola e acabou-se, ele resolve. Mas tenho de acrescentar uma coisa: a sua atitude às vezes... Ele parece chateado muitas vezes. Cristiano era um pouco assim em jovem, mas mudou rápido. Se Vinícius quer ser como Messi, Zidane, Cristiano ou Xavi, tem de ser um pouco mais respeitoso com o adversário e os árbitros. Isso tem de mudar, mas em termos de futebol é um número 1, claro. Não sou muito fã de prémios individuais, mas parece-me que Rodri e Vini foram os melhores este ano. Se Vini mudar um pouco e se tornar um pouco mais cavalheiro e mais líder, ganhará três ou quatro Bolas de Ouro”, afiançou.
Noutro tópico, Khedira refletiu sobre os problemas que o Real Madrid tem atravessado neste início de época, referindo que a sua origem vai mais longe do que a retirada dos relvados do compatriota Toni Kroos, no verão passado.
“É uma leitura demasiado simples dizer que o Madrid sente a falta de Kroos. Em maio já tinha dito que se ia embora, tiveram tempo. Este verão falei com Karanka, Moyes e outros técnicos sobre o Madrid e todos coincidimos numa coisa, que a saída de Kroos não se resolve com Mbappé. Toda a gente sabia que seria preciso mudar o estilo, porque não podes trocar Kroos por outro jogador, ele era único e especial para o Madrid”, enalteceu.
“No primeiro dia de Champions, contra o Estugarda, viu-se logo que não sabiam o que fazer com bola e como defender. No El Clásico não tiveram uma primeira parte má, mas na segunda perdeu-se todo o equilíbrio da equipa. É preciso equilibrá-la e encontrar as melhores posições para os jogadores. Fácil é dizer que não está Kroos, mas ele não está e é preciso fazer algo. O Madrid tem muitos médios e muitos deles jovens, há por onde escolher e há que procurar as melhores conexões entre eles”, completou Khedira, que terminou a carreira em 2021.