FC Porto e os alegados negócios de Reinaldo Teixeira e Rui Costa: "Conflito de interesses inaceitável"
Na sequência das mais recentes notícias avançadas pelo Correio da Manhã
Corpo do artigo
O FC Porto reagiu em comunicado às mais recentes informações avançadas pelo Correio da Manhã, na edição desta quarta-feira, de que as empresas de Reinaldo Teixeira, candidato à presidência da Liga Portugal, e Rui Costa, presidente do Benfica, teriam feito negócios em 2016, nos quais terão faturado cerca de seis milhões de euros.
Para os dragões, tal possibilidade "representa um conflito de interesses inaceitável, que condiciona a capacidade" do candidato "poder liderar de forma isenta, imparcial e equidistante vários dossiês tão sensíveis e impactantes para os clubes, nomeadamente a centralização dos direitos audiovisuais".
O FC Porto aguarda ainda "um esclarecimento formal por parte dos envolvidos" e " considera absolutamente fundamental para o desenvolvimento do futebol nacional que o próximo presidente da Liga Portugal seja eleito com base na sua experiência, competência e credibilidade e na qualidade das equipas diretivas que propõe".
Leia o comunicado na íntegra:
"Na sequência da notícia vinda a público esta quarta-feira, na qual são reportados alegados negócios e parcerias imobiliárias entre Rui Costa, presidente do Benfica, e Reinaldo Teixeira, candidato à presidência da Liga Portugal, vem o FC Porto declarar o seguinte:
1. As eleições para a presidência da Liga Portugal assumem uma importância decisiva para o futuro do futebol português. A pouco mais de um ano da entrega da proposta final da centralização dos direitos audiovisuais, e com o desígnio de recuperar o sexto lugar do ranking UEFA cada vez mais longe, a eleição de um presidente da Liga competente, credível e agregador influenciará decisivamente a capacidade competitiva do nosso futebol e dos seus clubes;
2. Posto isto, a possibilidade de o candidato Reinaldo Teixeira ter obtido benefícios financeiros em parceria com o presidente do Benfica representa um conflito de interesses inaceitável, que condiciona a capacidade de este candidato poder liderar de forma isenta, imparcial e equidistante vários dossiês tão sensíveis e impactantes para os clubes, nomeadamente a centralização dos direitos audiovisuais;
3. A notícia indica que os negócios remetem a 2016, data em que o candidato Reinado Teixeira já ocupava o cargo de Coordenador e Avaliador dos Delegados da Liga Portugal e o atual presidente do SL Benfica ocupava o cargo de administrador para a área do futebol. Na função de coordenador dos delegados da Liga Portugal - cargo que ocupa até ao dia de hoje - Reinaldo Teixeira tinha a responsabilidade máxima de nomear os delegados para cada jogo e coordenar o sistema de avaliação, um processo com impacto decisivo nas subidas e descidas dos delegados. Posto isto, o FC Porto endereçará, ainda hoje, uma comunicação formal à presidente interina da Liga Portugal, questionado se esta relação de privilégio entre o coordenador dos delegados e um dirigente de um dos clubes participantes nas competições foi formalmente reportada à Liga Portugal ao longo da década em que Reinaldo Teixeira ocupa estas funções.
4. Numa entrevista recente, o presidente do FC Porto já havia alertado para a necessidade de dotar o processo eleitoral da Liga com ferramentas e procedimentos que possam atestar a idoneidade, credibilidade e independência não só dos candidatos à presidência da Liga, mas de todos os nomes que compõem as listas e equipas executivas.
5. Pela gravidade dos factos reportados nesta notícia e pelas consequências que os mesmos podem ter na credibilidade do ato eleitoral de 11 de abril, o FC Porto aguardará um esclarecimento formal por parte dos envolvidos.
6. O FC Porto considera absolutamente fundamental para o desenvolvimento do futebol nacional que o próximo presidente da Liga Portugal seja eleito com base na sua experiência, competência e credibilidade e na qualidade das equipas diretivas que propõe."